COMO NO ÚLTIMO JOGO DAQUELE, TAMBÉM, ÚLTIMO CAMPEONATO DE DISTRITAIS, O VITÓRIA GOLEOU O ETERNO RIVAL PARA VENCER MAIS UM TÍTULO...

Estávamos na temporada de 1946/47.

As instâncias do futebol português haviam decidido que nessa temporada decorreriam os derradeiros campeonatos distritais tendentes a apurar os participantes para o Campeonato Nacional da I Divisão.

Por isso, urgia vencê-lo, sendo que, porém, a equipa vitoriana, treinada por Artur Baeta, teve mais dificuldades em fazê-lo, atendendo a um deslize em Barcelos, frente ao Gil Vicente, depois de ter vencido os Galos por claros nove golos sem resposta na Amorosa.

Deste modo, naquele dia de Novembro de 1946, havia a clara noção que "aquele deslize em Barcelos originou para o Vitória uma coisa que há anos não se verificava: o ter de ganhar o último jogo da competição para alcançar o título.", sendo que o Famalicão poderia levantar o ceptro, caso o Vitória não fosse capaz de levar de vencido o eterno rival minhoto. Ora, "esta incerteza no seu destino de campeão foi motivo para que o campo da Amorosa, apesar da chuva impertinente, registasse uma enchente."

Antes do grande jogo, as equipas de reservas decidiram o título do escalão, tendo os Conquistadores triunfado por claras cinco bolas a uma, garantindo o título, e deixando "... o terreno do jogo (...) em estado deplorável, um mar de lama." Com estas condicionantes, "... as jogadas perdiam todo o brilho, pois quase sempre a bola ficava agarrada ao terreno, não chegando ao seu destino e obrigando os jogadores a um esforço exaustivo..."

Tal seria benéfico para o conjunto vitoriano, pois, como escreveu o jornal Primeiro de Janeiro de 18 de Novembro de 1946, "possuindo melhor constituição física e mais poder ofensivo, os vimaranenses venceram facilmente o seu adversário...".

Com efeito, a equipa composta por Machado; Curado, José da Luz; Luciano, Garcia, Zé Maria; Alexandre, Rebelo, Brioso, Teixeira e Miguel, "... fazendo graça de melhor conjunto técnico e maior poder atlético, dominou por vezes intensamente o antagonista que se maior punição não sofreu foi apenas devido à boa actuação do seu guarda-redes e à dificuldade que o terreno oferecia para se poder atirar em ordem à baliza."

Assim, ao intervalo já o Vitória vencia por três bolas a zero, graças aos tentos de Brioso, Rebelo e de Alexandre. No segundo tempo, os tentos de Miguel e outro de Rebelo, selando um triunfo com "...inteiro merecimento, demonstrando nítida superioridade...", como concluía o Notícias de Guimarães. O Primeiro de Janeiro complementava esse raciocínio, ao escrever que "Mais uma vez o Vitória conquistou o título de campeão de Braga e diga-se, desde já, com todo o merecimento, pois é a equipa que nesta província pratica o melhor futebol."

E, com uma saborosíssima goleada, caía o pano sobre os campeonatos distritais, que serviram, em grande medida, para a afirmação do Vitória no panorama futebolístico...

Postagem Anterior Próxima Postagem