Falemos de Alexandre Rodrigues.
O avançado vimaranense que fez parte da equipa que subiu pela primeira vez ao escalão principal em 1942. Mas, também, o homem que quatro anos mais tarde haveria de marcar o primeiro golo na Amorosa frente ao Boavista e que, até ao fim dos seus dias, haveria de manter uma umbilical ligação ao Vitória.
Mas, o talento indiscutível e inelutável do avançado daria nas vistas muito antes. Seria uma descoberta na antecâmara de um jogo preparação da "equipa de honra", como então se chamava ao conjunto principal, para o Campeonato das Ligas, que era o segundo escalão de então na sua edição inaugural de 1935/36.
Assim, como narrou o Notícias de Guimarães com data de 16 de Dezembro de 1935 na crónica de um jogo particular entre os Conquistadores e o Cruz de Cristo, vencido pela equipa vitoriana por onze bolas sem resposta, "antes deste encontro jogaram as equipes A e B dos infantis do Vitória."
Neste, destacou-se a tríade avançada da equipa principal, em especial Alexandre, que contava, na altura, com apenas 13 anos. Segundo o narrador, "....tinha uma invulgar habilidade, que nos fez admirar. Deliciou a assistência com a sua forma de mexer na bola e com as suas inteligentes passagens e colocação." Além deste, jovens como Castro, Lindoso e Américo também deram nas vistas.
Tal levava a que se escrevesse que "estas palavras por serem as primeiras não envaidecem. O vosso físico é preciso ainda fazê-lo. É preciso que sejais fortes, resistentes, robustos. Dedicai-vos a fazer ginástica com afinco, com cuidado e com persistência."
Seguindo esses conselhos, Alexandre haveria de se estrear na equipa principal vitoriana na época de 1939/40 pela mão de Genecy, quatro anos depois de ter dado nas vistas, quando ainda nem quase adolescente era.