A temporada de 1935/36 trazia um sedutor desafio...
Pela primeira vez na sua história, o Vitória iria participar no Campeonato das Ligas, uma prova que funcionaria como uma espécie de segundo escalão, só menor em sede de importância de que o Campeonato de Portugal.
A estreia, que ficaria para a história, ocorreu em Coimbra frente, como escreveu o jornal Notícias de Guimarães de 12 de Janeiro de 1936, ao "...Atlético, daquela linda cidade.", sendo que "de esperar é que o resultado se traduza num brilhante triunfo, mercê não só do valor do nosso grupo, mas também da alma vimaranense que o acompanha." Numa partida que gerava alguma curiosidade, e em tempos em que nem sequer a rádio transmitia as partidas, era prometido que "logo que o resultado seja conhecido, o Notícias de Guimarães afixará placards nos principais centros da cidade." Era a clara demonstração que o amor ao Vitória já estrava entranhado e a sua vida desportiva era acompanhada com interesse especial.
O número seguinte do referido periódico, datado de 19 de Janeiro, já faz menção à prova como 2ª Liga, como um claro sinal da secundarização do campeonato em relação ao Campeonato de Portugal. Mesmo assim, essa estreia em provas nacionais, seria memorável com a equipa que já era de Alberto Augusto a triunfar por claras oito bolas a uma. Contudo, na análise ao jogo, provavelmente por naqueles tempos as deslocações serem muito difíceis pela inexistência de poucos veículos automóveis e pela deficiente rede viária existente, o referido jornal local citava recortes de outras publicações.
Assim, se o Sports dizia que "o Vitória fez uma excelente exibição, sobretudo na linha de ataque, cujo trabalho na segunda parte foi brilhantíssmo.", o Século afiançava que "o resultado traduz bem o domínio que o Vitória exerceu sobre o Atlético."
Porém, era a Gazeta de Coimbra que dava mais pormenores sobre o prélio, ao dizer que a primeira parte fora equilibrada, chegando-se ao descanso com um empate a um. Mas "no segundo tempo, o Vitória começou a pouco e pouco a fazer o que quis, à medida que o Atlético ia dando a sensação de poder cada vez menos com uma gata pelo rabo." Por isso, os golos avolumaram-se até aos oito e "Alberto Augusto, o antigo internacional, chegou até a mandar para fora uma grande penalidade..."
Para baptismo em provas nacionais, não correra nada mal...