COMO JÚLIO, UMA DAS MAIORES APOSTAS VITORIANAS PARA AQUELA TEMPORADA, APENAS BRILHOU NO ALGARVE, PARA NÃO MAIS FAZER AQUILO PARA QUE FORA CONTRATADO...

Lembrar Júlio Augusto será falar de um homem candidato a merecer o prémio do azar na sua carreira.

Avançado de bons recursos técnicos, cresceu no FC Porto, onde calcorreou os caminhos das selecções nacionais mais jovens, chegando à equipa sénior dos portistas, onde era visto como um jogador de largo futuro.

Porém, como tantos outros, chegado ao "futebol dos grandes" não confirmaria os bons indícios deixados, pelo que acabaria na temporada de 1977/78 de rumar ao Varzim, onde explodiu. Tanto que regressou ao Porto, para representar o Boavista e cotar-se como um dos melhores avançados portugueses. Por isso, seria chamado em 1980 à selecção nacional portuguesa, para defrontar Israel, naquela que seria a sua estreia na equipa principal das Quinas. Tendo começado a partida no banco, foi chamado pelo seleccionador nacional, Mário Wilson no decorrer da segunda parte, mas o impensável aconteceu... quando se preparava para entrar em campo chocou contra o preparador físico, ficando fora de combate! Não entraria nesse desafio e, pior do que isso, não mais foi chamado à Equipa de Todos Nós, sendo o atleta mais "quase internacional" da história.

Os anos passaram, o jogador até haveria de regressar à casa de partida, leia-se aos Dragões, até que chegamos à temporada de 1983/84, o exercício em que o Vitória preparava o regresso europeu. Com Manuel José, o técnico obreiro desse apuramento de saída, Pimenta Machado apostou no austríaco Hermann Stessl que trabalhara no Boavista e que daí conhecia o avançado pela coexistência de ambos nos axadrezados.

Por essa razão, recomendá-lo-ia ao Vitória que não perdeu tempo em apostar as fichas no jogador, contratando-o. Assim, esperava-se que fizesse uma tríade ofensiva de respeito com Fonseca e o brasileiro Éldon, outra das grandes contratações desse ano. Todavia, como aconteceu ao longo da história vitoriana com muitos outros jogadores, Júlio seria temível e goleador em todas as equipas que militara... excluindo o Vitória.

A única excepção haveria de ocorrer à sétima jornada em Portimão, onde o jogador bisaria, garantindo o triunfo dos Conquistadores por duas bolas a zero. Seriam os únicos golos de uma das grandes apostas vitorianas para essa época, que, paulatinamente, foi perdendo espaço na equipa. Acabaria a temporada com 19 partidas efectuadas e esses dois tentos apontados, contribuindo para um ano em que o Vitória começou em grande forma, para acabar com Stessl despedido e num cinzento sexto posto, que não permitiu mais uma aventura europeia.

Quantos "Júlios" tivemos na história vitoriana?...

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