Fora das grandes novelas do defeso daquela temporada.
Nuno Espírito Santo, guarda-redes que defendera as balizas vitorianas na segunda metade daquela época de 1995/96 e que despertara a cobiça de vários emblemas, potenciado por um jovem empresário chamado Jorge Mendes, que como Jaime Pacheco confessou em entrevista ao Zerozero, abriu-lhe a porta para o sentar ao lado da telefonista.
Assim, depois de Pimenta Machado ter recusado uma proposta de um milhão de contos do FC Porto, instigado pelo seu empresário, o jogador desapareceu de circulação. Ausentou-se dos treinos e o seu paradeiro passou a ter o rótulo de desconhecido, num braço de ferro que teve de ser gerido com pinças para que este não desvalorizasse, e, simultaneamente, o clube continuasse a deter direitos sobre este.
Porém, quando parecia que a novela estava a chegar a bom porto, Nuno haveria de regressar aos treinos no, então, Complexo Desportivo. Um indício que as partes estavam em vias de chegar a um acordo e que seria confirmado pelo facto do guarda-redes ter merecido ser convocado para o inesquecível desafio contra o Parma. Contudo, nessa noite, não sairia do banco dos suplentes, assistindo ao prélio sentado ao lado de Jaime Pacheco.
Porém, dizem as más-línguas que Pimenta terá instruído Pacheco a levar o jogador para o banco. Não pelo seu desempenho desportivo, nem para o premiar... simplesmente, para que sentisse a reacção da multidão, quando na instalação sonora, aquando do anúncio da constituição das equipas, o seu nome fosse anunciado. E essa, pelos assobios que lhe foram tributados, demonstrou que Nuno já não tinha lugar no coração dos adeptos. Seria quase, logo de seguida, vendido ao Deportivo da Corunha, mas, pelo menos, assistiu de lugar privilegiado a uma das mais belas noites da história do clube...