Estávamos a meio da temporada de 2010/11. O Vitória, orientado por Manuel Machado, procurava o apuramento europeu. Por isso, urgia reforçar posições tidas como deficitárias, tal como a de lateral direito que só tinha Alex como inquilino.
Assim, no final do mercado de transferências chegaria o suposto concorrente para o lugar. Luso-francês, com várias épocas disputadas no campeonato romeno ao serviço do Cluj, quando o clube da Transilvânia tinha mais jogadores lusos do que nativos, parecia ser uma opção a ter em conta. Era Tony.
O jogador, que mal assinou pelos Conquistadores, confessou à então televisão do clube que "Tive sempre o objectivo de voltar a Portugal, para um clube de grande dimensão, e consegui agora chegar ao Vitória. Estou preparado e muito motivado", chegou a Guimarães quase por acidente... graças a um almoço de bacalhau.
Na verdade, como contou à Tribuna Expresso de 04 de Agosto de 2024, tinha tudo tratado para ser reforço do SC Braga, numa altura em que Domingos Paciência era o treinador da equipa vizinha. Contudo, antes de assinar o vínculo contratual, "Só que, em Portugal, já com tudo apalavrado com o Salvador, vou almoçar um bacalhau às Taipas, onde vivi uns anos antes...". Seria aí que haveria de encontrar o presidente vitoriano da altura, Emílio Macedo da Silva, que tinha sido o presidente do clube onde actuara entre 1999 e 2001, os Sandinenses, e que o questionou o que o levava aquelas paragens. "Eu disse que ia para o SC Braga. “Para o SC Braga? Não. Tu vais para o Vitória.” Ele deu-me a volta e fui para o Vitória."
Assim, tornar-se-ia jogador vitoriano, ainda que a proposta bracarense fosse financeiramente mais rentável.Mas, "... eu achava que tinha uma dívida moral com ele, pela forma como me recebeu quando fui da França para Portugal. Deu-me tudo, abriu-me as portas de casa, ajudou-me muito, aconselhou-me." Além disso, "o Vitória era um clube com grande massa associativa, a sua história."
Em Guimarães, todavia, não seria feliz. Tendo-se lesionado por duas vezes seguidas, só realizaria uma partida nesse remanescente da temporada perante o homónimo sadino, jogando outra no ano seguinte numa hecatombe caseira frente ao Beira-Mar. No Janeiro seguinte rumaria a Paços de Ferreira... o desvio graças a um almoço de bacalhau não surtira os efeitos desejados!