Foi a cereja no topo do bolo do mercado aquisitivo daquela temporada de 2005/06. Falamos de um Marek Saganowski, um avançado internacional polaco, proveniente do Légia Varsóvia e que se pressupunha poder vir a ser o substituto de homens como Elpídio Silva ou Romeu que haviam sido determinantes na temporada anterior, a do regresso europeu após cinco anos de jejum e que tinham deixado os Conquistadores.
Por isso, naquele dia 14 de Julho de 2005, dia da sua apresentação, como escreveu o jornal Record a "... plateia que encheu a sala de imprensa do Estádio D. Afonso Henriques", tal o entusiasmo que o aríete polaco causou e que o mesmo tratou de incendiar ao dizer que "Nunca posso prometer golos antes de os marcar. Normalmente marco muitos golos.", afirmando, ainda, para gáudio de todos os presentes que “Tive mais convites, de outros países, mas escolhi o Vitória porque vou poder jogar a Taça UEFA. É muito bom.” Por essas razões, prometia dar tudo pelo Vitória.
Ora, como sucede desde o início do futebol, os golos "custam caro". Neste caso, custaram 600 mil euros, segundo escreveu a imprensa polaca, e que o presidente, Vítor Magalhães afiançou que “Alguém teve de se responsabilizar. Se a contratação der frutos, o Vitória sairá beneficiado, caso contrário alguém já assumiu a responsabilidade."
A contratação daria frutos. Aliás, Saganowski seria dos únicos jogadores a salvar-se do naufrágio colectivo que culminou na dolorosa, inesperada, inopinada e inexecutável descida de divisão, apontando dezasseis golos em quarenta e duas partidas. Um pecúlio insuficiente para manter os Conquistadores no principal escalão do futebol português, mas que fez com que fosse vendido para França para assinar pelo Troyes a troco de um milhão e seiscentos mil euros, onde não seria feliz.
Passados seis anos, o seu nome voltaria aos escaparates vitorianos. Assim, como escreveu o jornal Record de 15 de Setembro de 2012, nas dificuldades financeiras em que o clube se encontrava atolado, estava um pagamento referente ao jogador que fora dos Conquistadores. Deste modo, passados tantos anos, faltavam pagar 30 mil euros ao seu anterior clube... algo que levou aquele a apresentar uma queixa na FIFA e esta a ameaçar o Vitória com a perda de pontos, ou pior, a despromoção. Esta notícia tinha, contudo algo de surpreendente, pois, a mesma publicação em 10 de Janeiro de 2008, havia escrito que estava completamente saldada a sua compra.
Tudo seria, felizmente, resolvido... ficando, acima de tudo, a memória de um extraordinário goleador que chegou ao Vitória no ano e no contexto errados!