COMO O VITÓRIA LEVOU O NOME DE GUIMARÃES À VENEZUELA, NUM TORNEIO EM QUE CONTOU COM PRECIOSAS AJUDAS E QUE SUSCITOU UM ENTUSIASMO EXTAORDINÁRIO NA COMITIVA PORTUGUESA...

Já aqui falamos da história digressão do Vitória à Venezuela em 1966, onde participou na Pequena Taça do Mundo, com dois parceiros de reconhecido prestígio: os espanhóis do Valencia e os italianos da Lazio. Apesar das duas derrotas frente aos espanhóis, o que impediria de triunfar no torneio, ficou na história o triunfo sobre a Lazio por três bolas a uma, graças aos golos de Mendes, Peres e Castro.

Uma epopeia que foi encetada graças aos apoios de várias empresas, que como escreveu o jornal Notícias de Guimarães de 26 de Junho de 1966, "variadas e muitas foram as ofertas recebidas pelo Vitória, provindas das indústrias provindas da indústria vimaranense, para esta digressão à Venezuela." Assim, "... da Fábrica Têxtil da Baiona, os fatos; da Fábrica Campeão Português, o calçado; da Empresa de Malhas Lda e da Super-Corte, as camisas; da Fábrica de Tecidos da Cruz de Pedra, as toalhas."

Com um prémio de 100 contos por jogo, sendo que 400 estavam garantidos pelas quatro partidas a disputar, com o atractivo de mais 500 poderem ser ganhos caso o Vitória ganhasse a poule e defrontasse na final a selecção de Caracas, os Conquistadores rumaram atrás do sonho a partir de Lisboa num voo directo da Alitalia.

A mesma publicação haveria de referir que foi "simplesmente espantosa a recepção prestada à Caravana Vimaranense na sua chegada a Caracas." Com efeito, "milhares de portugueses - muitos milhares mesmo - estiveram presentes no Aeroporto... o autocarro que transportou a equipa para o hotel (...) foi escoltado no seu trajecto por inúmeras viaturas cujos ocupantes davam largas à sua alegria (...) agitando bandeiras de Portugal, num entusiasmo transbordantes."

Um carinho tão grande que "Morais chegou-nos dizer que esta recepção lhe não parecia inferior àquela que vira fazer à equipa Canarinho que conquistou o Bi-Campeonato do Mundo para o Brasil." Absolutamente impressionante, num clube que, ainda era pouco conhecido além-fronteiras. A atestar esse facto, a confissão do treinador da Lazio, Umberto Manocci, pois "julgava-o o 10º classificado do último Nacional e ao saber que tivera luta ardorosa com o Benfica e Sporting, ficou surpreendido e digamos mesmo bem preocupado, não escondendo as dificuldades inesperadas que se lhe deparavam." Na verdade, a equipa romana, apesar de ter-se classificado nos lugares medianos da tabela, era tida como um adversário de respeito.

O êxito vitoriano "... serviu uma vez mais para fazer ecoar em longínquas paragens o nome da Pátria e de Guimarães, chegaria para se dizer que valer a pena a sua presença em Caracas, onde a Colectividade vimaranense já firmou recordações que só dificilmente o tempo desvanecerá..."

Apesar de não ter vencido outro jogo no torneio, o prestígio dos Conquistadores tinha sido incrementado de modo exponencial!

 


 

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