Naquela temporada de 2006/07, que nunca deveria ter acontecido, com o Vitória a actuar na Segunda Liga, um jogo ficou na história...pelos piores motivos.
Assim, depois do anticlimax que fora o empate a zero em casa com o Leixões, perante 29000 adeptos, os comandos de Manuel Cajuda precisavam do triunfo, de modo a poderem continuar a acalentar o sonho de regressarem o mais rapidamente possível ao escalão principal.
Como sempre sucede nas ocasiões tidas como decisivas, os vitorianos mobilizaram-se para viajar até Santa Maria da Feira, numa partida perante um dos pretendentes à promoção.
Porém, a bomba estourou mal se soube o preço dos bilhetes. Assim, os fogaceiros resolveram estipular valores de 20 euros para a bancada superior e 25 para a central, ao arrepio do que todos os emblemas cobraram à data.
Mobilizar-se-ia a direcção vitoriana para baixar o preço dos ingressos, solicitando a intervenção do, então, presidente da Liga, Hermínio Loureiro, ainda para mais sabendo que o Vitória tinha cobrado, apenas, 10 euros aos adeptos do adversário quando se tinham deslocado a Guimarães.
Fruto desta intervenção superior, os responsáveis do Feirense resolveram usar de um artifício. Assim, decidiram baixar o preço dos ingressos. Deste modo, o que custava 25 euros passou para um valor de 17,5 euros e os de 20 passaram para 10... ainda que os mesmos acarretassem uma armadilha. Na verdade, quando o Vitória, tomando conhecimento desta descida de preços, encomendou 2000 bilhetes, recebeu a informação que...os mesmos estavam esgotados!
Tal levaria a que a direcção do Vitória emitisse um duro comunicado contra a direcção do Feirense, presidida por Rodrigo Nunes, prometendo que os seus órgãos sociais "em respeito e solidariedade para com os seus adeptos, irão assistir ao jogo na bancada, junto dos vitorianos, não ocupando os lugares a que têm direito pelos regulamentos da Liga."
Porém, os adeptos vitorianos que se deslocaram ao estádio Marcolino de Castro, ainda tiveram de lidar com outra desagradável surpresa. Assim, nas bilheteiras já estavam colocados os papéis dando conta de que só havia disponíveis ingressos a 20 e 25 euros, obrigando os apoiantes dos Conquistadores a desembolsarem as quantias máximas estipuladas.
Por essas razões, depois da partida que terminou empatada a zero como no jogo anterior frente ao matosinhenses, colocando preocupações que, felizmente, não se haveriam de confirmar quanto ao Regresso do Rei à Primeira Liga, ao Vitória não restou outra alternativa que cortar relações com a direcção do Feirense, mantendo as estritamente institucionais em cumprimento dos regulamentos.
A polémica dos bilhetes acabava do modo mais óbvio...