Edmur foi uma das grandes contratações vitorianas para a época de 1958/59, a do regresso dos Conquistadores à Primeira Divisão após três temporadas no segundo escalão.
Tendo chegado a Guimarães indicado pelo Pimenta do Brasil tendo sido inclusivamente internacional brasileiro em 1955, foi durante três épocas um temível goleador, conseguindo apontar 69 tentos em 86 partidas e vencido a Bola de Ouro destinada ao melhor marcador do campeonato na época de 1959/60.
Contudo, fruto dos seus extraordinários desempenhos mas, também, das dificuldades financeiras que a direcção vitoriana já ia antevendo, foi um dos objectos de mercado mais desejados naquele defeso antes da temporada de 1961/62 arrancar. Contudo, era o chamado jogador caro, pelo menos para os pretendentes, já que como escreveu o jornal A Bola de 08 de Junho de 1961, "... ganha presentemente 100 contos portugueses de luvas por um ano e 4 contos mensais." Além disso, o jornal tinha conhecimento que "o FC Porto chegou a ofertar 500 contos portugueses pelo seu passe, recebendo a negativa do Vitória."
Atendendo a este cenário, chegaria outra proposta, proveniente do Náutico, clube que Edmur deixara para embarcar no sonho vitoriano. Para isso procurou o homem que indicara Edmur ao Vitória e que estava credenciado para negociar o jogador, desde que fosse paga "a soma do Cr$3.500.000,00 pelo atestado liberatório do seu artilheiro e ainda dois jogadores brasileiros de ataque, sendo um deles o paulista Aguinaldo, vinculado ao clube dos Aflitos." Ora, importará esclarecer que a soma peticionada pelos Conquistadores correspondia a 385 contos na moeda portuguesa.
Porém, reconhecia-se "que ele poderá voltar ao Náutico...; mas que o Náutico esteja em condições de reconquistá-lo, duvidamos muito. A menos que desembolse as elevadas cifras acima enumeradas." Não haveria de o fazer e Edmur acabaria por se comprometer com o Celta de Vigo mas isso já será outra história...