COMO AUGUSTO INÁCIO, EM ANO TERRÍVEL E DEPOIS DE UM NAMORO ANTIGO, À TERCEIRA TENTATIVA TORNOU-SE EM TREINADOR DO VITÓRIA!

Aquela temporada de 2000/01 estava a ser um malogro.

A grande aposta em Paulo Autuori, provavelmente o treinador mais caro da história do consulado de Pimenta Machado, falhara redondamente. Contudo, o seu substituto, Álvaro Magalhães não fora capaz de fazer melhor, tendo ainda um período de permanência no banco dos Conquistadores ainda mais curto que o seu antecessor.

Com a equipa a resvalar perigosamente para os lugares de descida, Pimenta Machado tinha a consciência que não podia novamente errar, adoptando por isso a velha máxima que "para grandes males, grandes remédios." Deste modo, decidiu escolher entre Augusto Inácio e José Mourinho, ambos, na altura, libertados das funções que desempenhavam, respectivamente, no Sporting e no Benfica.

Seria o primeiro o escolhido, também por Mourinho não ter atendido o telefone, numa história já aqui contada, mas, também, na materialização em casamento de um amor antigo, como Inácio reconheceu em entrevista ao jornal do Vitória datado de 27 de Março de 2001.

Assim, enumerou as duas primeiras tentativas, a primeira "quando estive no Marítimo (...) para além do Braga, também me apareceu o Vitória, mas não houve essa possibilidade…"

Na segunda, já a exercer funções de treinador adjunto de Bobby Robson no FC Porto, mas com um obstáculo intransponível como reconheceu ao afirmar que ".... o Sr. Bobby Robson adoeceu, eu tive que tomar conta da equipa e as coisas correram bem. Depois (...) voltou e aí poderia haver a possibilidade de eu sair, mas o presidente do FC Porto não deixou, porque o Sr.Bobby Robson podia voltar a adoecer em qualquer altura e não haver staff técnico pra dar continuidade ao trabalho..."

Assim, seria à terceira que se tornaria treinador dos Conquistadores, não sem antes ter tido "uma proposta de um empresário (...) Perguntou-me se estava interessado em ir para Espanha ou para a Ásia trabalhar (...) Respondi-lhe que dependia dos clubes e dos contratos..." Todavia, "esse empresário pediu-me para esperar até Abril... entretanto surgiu o Vitória..."

O Vitória que à terceira tentativa consumava a paixão com o técnico, então, campeão nacional que assumia que "nós temos feelings, temos sensações, coisas às vezes esquisitas e eu tive a sensação que que um dia ia treinar o Vitória." Uma sensação que o fez tornar-se no treinador com maior longevidade na governação de Pimenta e o terceiro da história com mais jogos de Rei ao peito, só atrás de Mário Wilson e de Rui Vitória.


 

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