COMO A GESTÃO DANOSA (OU NÃO) QUASE LEVOU EMÍLIO E MAGALHÃES A DIGLADIAREM-SE EM TRIBUNAL

O ano de 2004 trouxe uma mudança completa no paradigma vitoriano, com um novo presidente depois de 24 anos de "pimentismo."

Vítor Magalhães tornar-se-ia o 22º presidente do clube, tendo entre os seus vice-presidentes Emílio Macedo da Silva, que demitir-se-ia durante o seu mandato.

Haveria de ser candidato nas eleições seguintes, já com Magalhães sem apresentar alguma recandidatura, contra André Pereira e Manuel Rodrigues, triunfando com ampla margem.

Conseguiria ser o presidente da subida, depois do Vitória em 2006 ter caído no inferno do segundo escalão, para, quase de seguida, lançar a polémica, ao considerar numa entrevista ao jornal Record que "a gestão dos último seis anos do Vitória tinham sido danosos e ruinosos." Ora, com esta afirmação englobava o triénio liderado pelo anterior presidente, que imediatamente, assumiu-se ofendido, dizendo apresentar uma queixa judicial contra o seu sucessor, tal como constou do comunicado que enviou à imprensa datado de 23 de Junho de 2007:

" O jornal “Record”, de 20 de Junho de 2007, publicou uma entrevista do actual presidente do Vitória de Guimarães, Emílio Macedo, conduzida e com tratamento específico do jornalista Marco Aurélio, que é atentatória do meu bom nome e honra, visando atingir, como atingiu, a minha dignidade pessoal e profissional.

Encarreguei advogado de analisar a respectiva entrevista, as expressões da autoria de Emílio Macedo, bem como o tratamento jornalístico de Marco Aurélio, e mandatei o mesmo para requerer os devidos procedimentos judiciais”.

Porém, haveria de complementar tal comunicação ao Notícias de Guimarães, já mais a frio, dizendo que "um dos grandes defeitos que tenho é que não consigo insurgir-me contra as pessoas, muito menos quando vejo que não há razões para isso." A justificar isso, o facto de "a pessoa de que estão a falar sabe o estado em que a gente encontrou o Vitória quando lá chegamos e sabe muito do que foi feito."

Reforçaria, acima de tudo, desejar que tudo corresse bem ao Vitória, pois a subida houvera sido uma alegria muito grande, sendo que "pode haver pessoas que ficaram muito satisfeitas com essa subida, mas mais do que eu não ficaram". Ainda assim, lamentava ter-se apercebido "que havia interesse instalados, numa primeira fase ou num primeiro ano eram uns, num segundo ano já eram dois conjuntos de pessoas a desestabilizar até que a determinada altura pensei que a maneira mais fácil para que o Vitória suba é retirar-me."

Acabaria a referir-se à suposta gestão danosa de que era acusado por Emílio, diria que "aquilo que eu sozinho, na gestão corrente, tive que avalizar foi muito superior ao que foi referido, porque se agora no fim restavam 900 mil euros, houve uma altura em que só em duas livranças era mais do dobro."

Emílio, esse, não voltava atrás e ao Record do dia seguinte ao comunicado, mostrava-se irredutível, e garantia que "parece-me que se trata de uma ameaça. Mas, sinceramente, desejo que vá em frente. Espero no tribunal pelo senhor Vítor Magalhães, a quem explicarei por que razão a sua gestão foi danosa. Vou fazer prova do que disse e não receio absolutamente nada”, garantiu, acrescentando: “Como desconfio que não vá realmente para o tribunal, vou começar por mostrar, como sempre disse, aos associados o que ele fez no Vitória.”


 


 

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