Houvera sido um defeso quente em Guimarães e no Vitória.
Com Pimenta Machado, passados 24 anos, a abandonar o barco e que, por isso, levou a uma eleição disputada entre primos...de Moreira de Cónegos.
De um lado estava Manuel Almeida, antigo director do futebol vitoriano, sendo que do outro encontrava-se Vítor Magalhães, ainda presidente do Moreirense, e que acabaria por triunfar no sufrágio eleitoral por larga vantagem.
Com ele, viria o técnico dos Cónegos que, no fundo, era um "homem da casa" vitoriana, Manuel Machado, depois de ter realizado um trabalho de excepção na vila vimaranense, levando os axadrezados do terceiro escalão ao primeiro e conseguindo aí realizar duas épocas tranquilas.
Era por isso um novo Vitória que surgia, numa originalidade pouco vista no futebol, atendendo à raridade de um líder máximo, eleito nas urnas, "transferir-se de clube”... e que, por ironia das ironias e por contingências de um sorteio iria estrear-se nessa Liga 2004/05 em Moreira de Cónegos, numa curiosa passagem de testemunho ou de transmissão de funções destes dois homens.
Nesse dia, Machado escolheu, naquele que foi o seu primeiro onze vitoriano, Palatsi; Alex, Moreno, Medeiros, Zé Nando; Alexandre, Rui Ferreira, Flávio Meireles; Nuno Assis, Elpídeo Silva e Luiz Mário e que seria incapaz de encontrar os caminhos do golo.
Assim, num jogo que, como Machado admitiu, teve pouco de bonito, o empate a zero final funcionou como uma espécie de pacto de não agressão, e que fez com que o técnico vitoriano catalogasse o desenlace final como positivo. No fundo, do lado vitoriano estavam presidente, treinador e dois jogadores (Alex e Flávio) que, ainda, há muito pouco haviam dado nas vistas em Moreira, ajudando-os a chegar ao Vitória com um estatuto mais vincado....