Já aqui falamos muitas vezes da mudança da Amorosa para o Estádio, então, Municipal. Uma mudança realizada à pressa, por força de leis superiores que obrigava a receber em campos relvados quem já actuasse neles em casa e que levou a que naqueles primeiros dias de Janeiro de 1965, o Vitória recebesse o Belenenses em condições muito precárias e periclitantes.
Tão precárias que o recinto nem sequer tinha balneários, numa situação que só seria alterada no início da época de 1968/69. Uma situação tão inusitada que mereceu que Osvaldinho, jogador do clube nesses anos, a narrasse em entrevista ao jornal do Vitória de 17 de Outubro de 2000. Um relato que dava a entender a aventura que era jogar no estádio vitoriano já que "tínhamos de nos equipar na Amorosa". Por isso, "éramos obrigados a descer umas escadas com cerca de duzentos metros."
Para situarmos o que o antigo jogador narrou, bastará dizer que teriam de sair pela parte Norte do estádio e subir até onde hoje se encontra a Unidade de Saúde Familiar de São Nicolau e como ele referiu "... nós tínhamos de descer aquela rampa e entravamos pela porta da bancada." No fundo, um esforço suplementar no intervalo das partidas, mas também no seu final já que, como reconheceu, "o que mais custava era, depois, no final do jogo ou do treino, ter que subir aquelas escadas." Escadas essas que serviam, também de preparação física, uma vez que como este reconheceu "nós tínhamos de subir e descer aquelas escadas duas vezes por dia."
Uma situação que faz parte das
memórias de muitos vitorianos de 60 anos para cima...