Ponto prévio: não há derrotas felizes!
Haverá algumas mais importantes para o crescimento de uma equipa do que outras, mas felizes jamais.
Aquela que sucedeu em Vizela, há pouco mais de 17 anos, entrará nesse rol. Com o Vitória a actuar nos tugúrios da II Liga, fruto da inopinada queda nesse escalão no ano anterior, o pesadelo parecia eternizar-se. A escolha em Norton de Matos não produzira os efeitos desejados e, após uma derrota caseira contra o Gondomar, o presidente Vítor Magalhães tomou a decisão de mudar de técnico.
Para o seu lugar, apostou em Manuel Cajuda que não teve o melhor dos inícios... bem pelo contrário! Perdeu na sua terra natal, Olhão, frente à Olhanense por uma bola a zero no último jogo da primeira volta, para de seguida rumar a Vizela, num jogo tido como determinante para o "comboio do regresso" não descarrilar.
Assim, nesse dia 28 de Janeiro de 2006, com o Vitória a alinhar com Nilson; Sereno, Geromel, Moreno, Momha; Tchomogo, Otacílio, Desmarets, Hélder Cabral; Targino e Bacari e perante uma multidão de adeptos que empreenderam a curta viagem até ao concelho vizinho, o jogo revelou-se um verdadeiro pesadelo. Como escreveu o Notícias de Guimarães de 02 de Fevereiro de 2007 "pressionado a vencer, o Vitória sofreu um golo em cada parte, aliás podiam ter sido mais, nunca mostrando capacidade para bater Baptista."
Contudo, a estratégia jamais haveria de resultar e o modelo preconizado e preparado por Cajuda durante a semana seria um fiasco. Começaria, logo, aos 25 minutos, quando Moreno rasteirou o avançado vizelense na área, levando o árbitro Jorge Sousa a apontar para a marca de grande penalidade. A equipa da casa adiantava-se no marcador e pior do que isso, o Vitória jamais haveria de mostrar capacidade de reacção.
A segunda metade seria disputada na mesma toada. Com os Conquistadores a quererem e a não poderem e a sofrerem o golpe de misericórdia a dez minutos do final.
"Ao final da décima sexta jornada, o Vitória desceu para o meio da tabela classificativa, averbou a sétima derrota da época e poderá ter dito definitivamente adeus à subida." Porém, tal seria um engano...
Com efeito, diz quem ouviu, que o final de jogo no balneário, Manuel Cajuda diria aos seus jogadores tudo o que lhe ia na alma e que, com tal atitude, o regresso ao escalão principal seria impossível. Faria efeito! O Vitória não mais seria derrotado na Segunda Liga, averbando uma série de 14 partidas sem conhecer a derrota... num percurso que findaria, apenas, com o regresso do Rei!