VILLA... UM TAL DE ASTON VILLA!

Estávamos em 1983. O Vitória houvera garantido o apuramento para a, então, Taça UEFA, graças ao bom campeonato realizado sob o comando de Manuel José, treze anos depois da derradeira participação. Este partiria, sendo substituído pelo austríaco Herman Stessl, que haveria de não deixar saudades.

No sorteio calharia "em sorte" o Aston Villa. Falávamos de um clube fortíssimo, apesar de nessa altura ainda que não existissem os "camiões de milhões" que distinguem a Premier League da maioria dos campeonatos, em especial do português.

É para o primeiro jogo que esta fotografia emblemática nos remete. Para o cumprimento entre o capitão Gregório Freixo deu ao seu congénere inglês, num momento que, poderemos traçar um paralelismo, com o dado pelo líder máximo vitoriano, António Miguel Cardoso, com Nacef Sawiris, aquando da entrada da V Sports no capital societário da SAD do Vitória.

Quanto à eliminatória, diga-se que gerou uma enorme onda de entusiasmo em Guimarães, a ponto do estádio ter ficado a rebentar pelas costuras. Esse entusiasmo seria, também, vivido pelo presidente do clube, António Pimenta Machado, a ponto de oferecer um jantar de honra à comitiva inglesa na sua quinta em São Torcato. Como retribuição, o presidente dos Villains, aquando da deslocação do Vitória a Birmingham, colocou o seu Rolls Royce particular com motorista à disposição do líder máximo vitoriano no período em que durou a estadia da equipa em terras de Sua Majestade.

Quanto aos jogos em si, diga-se que, em Guimarães, o Vitória fez um grande jogo, vencendo por uma bola a zero, com golo do homem da fotografia, Gregório Freixo, de grande penalidade.

Também nas bancadas, "houve história e histórias"! Com os ingleses no auge do movimento hooligan, que haveria de culminar com a sua exclusão das provas europeias no final da temporada seguinte, bastar-nos-á dizer que Guimarães provou que os vitorianos e vimaranenses gostam de ser respeitados...principalmente em sua própria casa.

O pior viria depois, na segunda mão. Num Villa Park repleto, o golo da estrela da companhia, o internacional inglês Peter Withe, logo aos dois minutos, significou o esboroar de uma estratégia que passava por aguentar o ímpeto inglês pelo maior tempo possível. Foi o primeiro dos cinco golos que o guarda-redes Silvino haveria de sofrer e que ditaram a eliminação do Clube do Rei.

Teriam de passar mais três anos para o Vitória regressar às competições europeias... numa inesquecível epopeia levada a cabo por Marinho Peres e um conjunto de extraordinários jogadores. Mas isso, serão outras histórias...

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