UMA DOLOROSA ELIMINAÇÃO

Aquela temporada de 1990/91 poderá ser definido pela Lei de Murphy: o que pode correr mal ainda corre pior!

Assim, apesar do desejo de Pimenta Machado e de Paulo Autuori, pelo menos em emularem a temporada anterior (quarto lugar e aquela dolorosa eliminação nas meias-finais da Taça de Portugal), contratando uma das estrelas do Campeonato Mundial desse ano, o camaronês M'Bouh, e um homem que entrou na história vitoriana, o tunisino Ziad, tudo correu pelo pior... desde a pré-temporada, quando o lateral direito Nando foi alvejado a tiro no Rio de Janeiro.

Assim, a época haveria de continuar, aos solavancos, com a demissão de Autuori, a aposta falhada no uruguaio Pedro Rocha, a infeliz eliminação na Taça UEFA perante os turcos do Fenerbahce, o surreal caso do jogo de repetição no Restelo, entre outros tantos episódios, que levaram a que o Vitória tivesse três treinadores nessa época.

Seria com o último deles que ocorreu mais uma desilusão na Taça de Portugal, perante um clube de um escalão secundário. Estávamos no final de Março de 1991, e em Santa Maria da Feira disputavam-se os oitavos de final da Taça de Portugal. Uma oportunidade de salvar a temporada, em que a equipa já houvera eliminado, pela margem mínima, a União de Leiria e o Recreio de Águeda.

Contudo, naquela Quarta-feira, antecâmara das celebrações pascais, assistir-se-ia à confirmação de um ano para esquecer. A alinhar com Jesus; Nando, Bené, Jorge, Basílio; N'Dinga, Soeiro, Basaúla, João Baptista; Ziad e Chiquinho, o Vitória, durante 81 minutos, procurou manter a eliminatória em banho-maria, com a intenção de, numa altura em que existia jogo de repetição em caso de desempate, decidi-la em Guimarães.

Porém, a tamanha falta de ambição haveria de ser castigada. A nove minutos do final, Manuel António, avançado da equipa onde começava a despontar um tal de Pedro Martins, titular nessa tarde, e que acabaria por ser contratado pelo Vitória, beneficiando de um golpe de vista falhado pelo guardião Jesus, haveria de colocar os fogaceiros a vencer.

E depois? Como diz o Notícias de Guimarães, "depois foi o desespero, descontrolo e o adeus Taça de Portugal até para o ano". O décimo classificado da Segunda Liga fazia o Vitória experimentar "amêndoas amargas" na Taça de Portugal...como tantas vezes, infelizmente, tem sucedido na história!

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