COMO PIMENTA TEVE DE AGIR RÁPIDO, PARA EVITAR UMA PERIGOSA DERRAPAGEM...

Apesar de Pedro Rocha ter começado com dois triunfos para o campeonato, haveria de ver esvair-se rapidamente a sua estrela.

Assim, ao uruguaio tudo aconteceria. Para além das claras dificuldades em colocar a equipa a fugir dos perigosos lugares da tabela para os quais resvalara, ainda teria de sofrer na pele uma derrota na repetição de uma partida que houvera ganho. Tal sucedeu no Restelo numa história já aqui contada.

Para o lugar dele foi escolhido um treinador que, no ano anterior, houvera colocado em lágrimas todos os vitorianos, aquando daquela meia-final da Taça de Portugal de má memória perante o Estrela da Amadora. Referimo-nos a João Alves, que começara sem êxito essa temporada no Boavista, e que era conhecido pelo "Luvas Pretas", pelo facto de, nos seus tempos de jogador, e em homenagem ao seu avô, actuar com esse acessório nas mãos.

Dele, dizia, também, o Notícias de Guimarães datado de 25 de Janeiro de 1991, que "tem a característica de nunca estar sentado no banco, não obstante o frio dirige de mangas arregaçadas e fralda de fora."

Além disso, o seu discurso era de coragem, pois afirmava que "não tenho medo, pois já fui à II Divisão buscar uma equipa, o Leixões..." bem como "Vamos acordar o 12º jogador, que é a massa associativa, e com o seu apoio recuperar o tempo perdido.".

Assim, na sua estreia, em casa perante o Marítimo, para a história ficou o seu primeiro onze constituído por Jesus; Nando, Germano, Jorge, Basílio; N'Dinga, René, Basaúla, Soeiro; Chiquinho e Ziad. Num jogo em que, como escreveu, o jornal citado da data de 01 de Fevereiro, "o importante era golear, mesmo por 1-0", valeu o tento de Ziad. Este seria conseguido "num lance em que Chiquinho simulou, enganou a defesa madeirense, e por esta foi travado em falta, mas mesmo assim tocou para Ziad que de imediato viu o buraco por onde devia introduzir a bola na baliza de Everton. Foi o delírio, estava feito o reencontro equipa-massa associativa."

Por isso, escrevia-se que "a isto já se pode chamar futebol", ao que não foi estranho o regresso de René, após um ano de inactividade, depois daquele famigerado jogo nas Antas... mas isso será outra história!

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