sábado, 5 de outubro de 2024

UM TÍTULO PERDIDO NUM ROUBO...E (SUPOSTAMENTE) NA NOITE!

Depois do histórico título distrital conquistado em 1934, o Vitória perdera o campeonato no ano seguinte para o eterno rival por diversas jogadas de secretaria que em muito prejudicaram o clube vimaranense.

Por isso, na época seguinte apostava-se muito na recuperação do título, contando para isso com a contratação do lendário treinador Alberto Augusto e com... Zeferino, um dos mais marcantes jogadores desta centenária história, proveniente do Gil Vicente, depois de ter construído o seu nome e carreira no FC Porto.

Apesar de alguns incidentes, como a verdadeira rixa que ocorreu em Barcelos, na partida frente aos Galos, o Vitória venceria tranquilamente os seus jogos na primeira volta da prova. Tudo parecia indiciar que novo título vinha a caminho!

Porém, tudo mudaria de figura na partida em casa do SC Braga, na segunda parte do campeonato. Nesse dia, uma grande penalidade inexistente a favor do adversário e um golo apontado com a mão por um jogador arsenalista que levou a que Zeferino protestasse veementemente, acabando expulso, levaria a que os Conquistadores acabassem derrotados por cinco bolas sem resposta. Aliás, as queixas foram tantas que o “Notícias de Guimarães” resolveu apreciar o trabalho de arbitragem nestes modos: “verifica-se pois que o sr. Aurelino, que pelo nome não perde, desempenhou-se e bem da sua crassa ignorância em coisas da bola. Torceu e retorceu o apito na boca e estatelou-se como um boneco de “fogo chinês” que tivesse sido queimado em qualquer romaria ou... num campo de foot-ball.”

Porém, as esperanças da (re)conquista do campeonato morreriam definitivamente quando, de modo, inesperado, o Vitória empatou a um em Fafe, frente ao Sporting local.

O título estava perdido e, como tantas vezes sucede na Cidade-Berço, os rumores e os boatos foram a justificação para o insucesso. Poucos recordavam o "roubo" perpetrado na Cidade dos Arcebispos, e o diz que disse murmurado nos locais de tertúlia eram assim relatados nos jornais da época:

“Correm, sobre os nossos ouvidos, uns valentes murmúrios, à cerca do desafio de futebol realizado em Fafe, entre o Vitória desta cidade, e o Sporting de Fafe. Queixam-se uns, porque o Vitória devia ter ganho, mas não ganhou por infelicidade. Queixam-se outros, porque a culpa foi do seu treinador, porque modificou a linha e não jogou pelo seu grupo. Queixam-se ainda outros e dizem que a culpa foi dos jogadores do Vitória, pelo menos de alguns de fora, os quais andaram toda a noite na “gandaia”, não só na véspera do desafio entre o Sporting de Fafe e o Vitória, mas também na véspera do desafio com o Sporting de Braga, em Braga e etc. Nós optamos dos três queixumes, pelo terceiro, pois garantiram-nos que alguns dos ditos jogadores, e a carapuça vai para quem serve, perderam a noite na pândega.”

Por isso, foi pedida uma vigorosa intervenção por parte dos dirigentes vitorianos, punindo, de modo duro, os prevaricadores, pois “não é lícito, nem razoável, que os sócios do Vitória, estejam obrigados a sustentar jogadores sem noção das responsabilidades que lhes cabem.”

O Vitória acabou por findar o campeonato no segundo posto, a um ponto do SC Braga, não obstante ter acabado o campeonato com um triunfo por uma dezena de golos perante o Comercial bracarense. De pouco adiantou... o título já estava perdido, para ser recuperado na temporada seguinte!

 

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