sábado, 5 de outubro de 2024

COMO AQUELE JOGO EM BARCELOS, COMPROVOU QUE O FAIR-PLAY (JÁ NAQUELE TEMPO) ERA UMA TRETA E QUE A BOFETADA À PORTUGUESA TINHA SEMPRE LUGAR

Aquela temporada de 1935/36 não foi especialmente feliz para o Vitória.

Na verdade, os Conquistadores, apesar de nessa temporada terem participado pela primeira vez numa prova nacional (a 2ª Divisão Nacional, a única que lhes era possibilitada, perderam o título distrital graças a erros de arbitragem na partida contra o eterno rival, mas também por acusações que os jogadores, antes de uma partida importante em Fafe, tinham perdido a noite.

Porém, antes desse infeliz desenlace, em Outubro de 1935, ocorreu um escaldante desafio em Barcelos, frente ao Gil Vicente. Apesar do Vitória ter triunfado tranquilamente por quatro bolas a uma, a verdade é que "o desafio ... foi tumultuoso." Assim, "houve agressões e ameaças à mistura com a tradicional bofetada à portuguesa, prato predilecto em todas as sarrafuscas."

Depois do sucedido, digladiaram-se os contendores em acusações. Deste modo, "há queixas de lá e queixas de cá. Zeferino - dizem eles - foi a causa; mas quem levou foi Clemente e Lima! Bravo também sofreu mimos de respeito."

Por isso, no Notícias de Guimarães de 21 de Outubro de 1935, enumeravam-se os países como a Espanha, a Inglaterra e a Checoslováquia onde o fair-play era premiado, para se concluir que "em Portugal, as atitudes malcriadas são ainda a refeição servida em todos os rectângulos do chute. Não se ganhará um jogo mas na pancadaria é preciso vencer. É preciso pôr um dique a esta pouca vergonha."

O fair-play, já na altura, era uma treta...

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