" Os Azes, os Campeões,
no futebol os mandões
por serem os pioneiros
levaram bem que contar;
mas p'ra coisa atenuar
dizem não jogar inteiros...
Muita gente admirou,
e a acção elogiou
dos moços vimaranenses;
pois pequenos como são
pregaram boa lição
aos graúdos portuenses.
Eu vi os tipos varados,
mesmo de todos espantados
por verem jogar tão bem.
E dizia aos meus botões:
- Também somos Campeões,
gaste trunfos quem os tem.
Mas no fim do desafio,
eu senti muito fastio,
fiquei mesmo surpreendido;
pois vi meninos bonitos
cá da terra, muto aflitos,
por o Porto ter perdido.
Calcula amigo leitor
que grande dose de amor
esses gajos tem à terra;
era mesmo capturá-los,
pregar-lhes muitos estalos,
depois mandá-los à... guerra.
Se no Porto se perder,
e isso vai acontecer,
decerto cantam glória,
Mas ficam com a lição:
- O "Porto", o seu Campeão,
foi galado p'lo Vitória."
Poema publicado por Belgatour no Notícias de Guimarães de 21 de Maio de 1939.
Já aqui escrevemos que um dos primeiros grandes triunfos do Vitória ocorreu em partida para a Taça de Portugal frente ao FC Porto por três bolas a duas, na primeira mão da primeira eliminatória do troféu mais democrático do futebol português.
Como escreveu o Primeiro de Janeiro de 15 de Maio de 1939, "os portuenses nunca se impuseram, apenas pela circunstância da parte atingida pela ausência dos titulares, ter sido a linha média."