De Artur Soares Dias, já muito se escreveu e se falou. Na verdade, o árbitro portuense, desde aquela famigerada Sexta-feira Santa, em Braga, tornou-se em "persona non grata" para os vitorianos, que temem pelo pior para as suas cores quando o juiz é escolhido para arbitrar os jogos do clube.
Mas, e se falarmos do seu pai, de nome Manuel Soares Dias, já falecido e também árbitro de primeiro categoria nos anos 90 do século passado?
Bastará lembrar um caso, para percebermos que as relações entre o Vitória e os portuenses "Soares Dias" nunca foi fácil. Estávamos em 1991 e aquela época para os Conquistadores não estava a ser fácil. Depois da demissão de Autuori, de candeias às avessas com Pimenta, o uruguaio Pedro Rocha nem sequer chegou a "aquecer o lugar".
Seria João Alves a garantir a manutenção, não sem antes experimentar algumas dificuldades, como as que ocorreram em Aveiro, frente ao Beira-Mar. Nesse dia, segundo a imprensa da época, a equipa terá pago pela guerra sem quartel que Pimenta houvera decidido empreender contra os poderes instituídos do futebol...leia-se a AF Porto, que contava com o apoio de Gil Mesquita, presidente da AF Braga, mas, também, antigo presidente do Vitória.
Fruto disso, a vingança haveria de chegar dentro do terreno de jogo, com arbitragens a lesarem os interesses vitorianos. A primeira delas, frente ao clube aveirense, num dia em que o Povo Guimarães escreveu que "começou a via sacra das arbitragens." Na verdade, como na publicação é referido, " Soares Dias cumpriu a preceito a sua missão. Não, propriamente, no lance do penalty de que resultou o único golo do jogo. Aí, embora para a generalidade dos vitorianos presentes em Aveiro, Jorge não tenha tocado a perna do avançado do Beira-Mar, Dino, o lance é duvidoso e por isso o árbitro pode ter desculpas. Mas Soares Dias cumpriu as regras que mandam quando o árbitro quer prejudicar uma equipa deve fazê-lo a meio campo."
Tal estratégia seria igualmente desmascarada por João Freitas, repórter de "A Bola", que escreveu que "prejudicou nitidamente o Vitória a meio campo. Chegou mesmo a beneficiar infractores, assim como tirar precipitadamente um ou outro fora de jogo."
Assim, o Vitória seria derrotado e continuaria na luta pela manutenção. Ainda antes do filho Artur povoar os pesadelos vitorianos, o pai Manuel ensinava-lhe como fazer..