A temporada de 1990/91 foi muito difícil para o Vitória.
Tudo começou na pré-temporada com o alvejamento do defesa lateral Nando no Brasil, felizmente sem ter colocado em risco a sua vida.
Continuou com o conflito aberto entre Paulo Autuori e Pimenta Machado, que culminou com os eu despedimento.
Teve um episódio triste com a eliminação na Taça UEFA às mãos dos turcos do Fenerbahce, longe de terem a força no futebol europeu que hoje possuem.
Porém, já depois do despedimento do treinador brasileiro, e com o uruguaio Pedro Rocha ao leme, teve um episódio inusitado... daqueles que só acontecem ao Vitória.
Jogava-se no Restelo, uma partida do campeonato, frente ao Belenenses. Com os Conquistadores a terem o domínio do jogo, o guardião azul, o internacional búlgaro, Mihaylov, numa bola bombeada resolveu sair da área e agarrar o esférico com a mão.
Seria expulso, perante os protestos da sua equipa. O Vitória acabou por ganhar o jogo por uma bola a zero, tendo-se sabido no final do jogo que os homens do Restelo iriam protestar o desafio com base em erro técnico do árbitro, Jorge Coroado.
Por estranho que possa parecer, o Conselho de Justiça da FPF deu razão aos argumentos do Belenenses, levando a que a partida fosse repetida.
Nessa repetição tudo decorreu de modo diferente do jogo “original”, com o Vitória a sofrer um precoce golo, sendo incapaz de correr atrás do prejuízo, algo que “nem a grande injustiça de obrigar o Vitória a repetir o jogo serve de justificação para a triste e pobre exibição dos vitorianos, reveladora do actual estado físico, anímico e colectivo desta equipa que desgraçadamente se encaminha para o precipício sem ter qualquer reacção.”
No final da temporada, a Federação Portuguesa de Futebol, através do Comunicado Oficial nº 291, de 18 de Julho de 1991, veio esclarecer que a decisão de repetir o jogo fora errónea, atendendo às directrizes emanadas pelo International Board... mas o Vitória já tinha perdido mais dois pontos numa caminhada que, nesse ano, foi demasiado cinzenta...