COMO NA ESTREIA DE PEDRO ROCHA, FRENTE AO FARENSE, TUDO SE PARECEU COMPOR E ATÉ A ESPERANÇA REGRESSAR!


A temporada de 1990/91 foi de profunda desilusão.

Desde logo, pelo facto dos Conquistadores, orientados por Paulo Autuori, terem sido incapazes de encontrarem paz desde o início da época. Bastará lembrar o famigerado estágio no Brasil onde Nando foi alvejado com um tiro, mas também a novela da partida do defesa central William para o Benfica, ou a clara insatisfação do treinador com os reforços que chegaram a Guimarães.

A acrescer a todos esses factos, alguma sobranceria vitoriana que chegou ao ponto de considerar que o adversário que lhe houvera calhado em sorte na, então, Taça UEFA, os turcos do Fenerbahce (treinados pelo neerlandês Guus Hiddink) eram um adversário fraco e que, por isso, foi subestimado, com maus resultados como é bom de ver.

Num cenário tão difícil, Paulo Autuori partiria, abrindo caminho à chegada do uruguaio Pedro Rocha que, antes, houvera treinado o Sporting.

A estreia essa, como escreveu o Notícias de Guimarães de 05 de Outubro de 1990, foi "verdadeiramente auspiciosa, mau grado o curto espaço de tempo que o uruguaio dispôs para conhecer os cantos à casa." Na verdade, tendo chegado "ao princípio da tarde deve 5ª feira a Guimarães, foi tempo para almoçar, assinar o contrato, ser apresentado aos jogadores que vão lidar com ele de perto, dirigir um treino nocturno, ser entrevistado numa rádio local, finalmente perto da meia-noite jantar e só após este, finalmente, descansar."

Com a estreia marcada para o Sábado seguinte, perante o Farense, reservou o dia posterior para "dialogar com os jogadores, tentar identificar os problemas que a equipa se debatia" e preparar esse jogo que todos esperavam que fosse de retoma.

Deste modo, nesse Sábado, dia 29 de Setembro, de verdadeira intempérie em Guimarães, a primeira equipa escolhida pelo novo treinador seria composta por: Jesus; Nando, Bené, Jorge, Basílio; N'Dinga, Soeiro, Carvalho; João Batista, Ziad e Chiquinho. E, diga-se que deixou água na boca, pois, furto das apostas do treinador, especialmente, "as entradas de Nando e Carvalho que transmitiram ao futebol vitoriano o dinamismo e a força que ultimamente lhe faltava. Também João Batista obrigou a que a transposição do jogo para a frente não fosse de chuveirinho, mas sim c0kna bola a circular pelo meio campo com lances de futebol apoiado."

Porém, só na segunda metade haveriam de chegar os golos do contentamento vitoriano, a abrilhantar a estreia de um treinador que começou em grande, mas que acabaria por não chegar ao final da época. Contudo, nessa noite diluviana, os tentos de Soeiro e de Chiquinho pareciam ser a panaceia que o Vitória tanto precisava para regressar aos trilhos do êxito.

Era a esperança que, por algum tempo, regressava ao castelo!

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