Já aqui falamos que na temporada de 1991/92, Pimenta Machado tudo tentou fazer para que o árbitro Pinto Correia não apitasse a partida entre o Vitória e o FC Porto, tida como decisiva para o desenrolar do campeonato.
Porém, dois anos antes, para a partida contra o FC Porto, nas Antas, tentou o contrário...e levar o referido Pinto Correia a arbitrar um jogo que era decisivo para a liderança do campeonato, já que naquela época de 1989/90 os comandados de Paulo Autuori chegavam ao "covil do Dragão" de peito feito e de olhos postos na liderança.
Numa altura em que ambos os clubes detinham as posições mais importantes no Conselho de Arbitragem (Lourenço Pinto afecto aos portistas e Dinis Monteiro associado ao Vitória), a luta por escolher quem deveria apitar tão decisiva partida começou uns meses antes, tal a importância que se antevia para o jogo.
Assim, Pimenta terá tentado que o escolhido fosse Pinto Correia, que, na altura, ainda era tido como um árbitro de gratas recordações para o Vitória, por na temporada anterior, e frente ao mesmo FC Porto, ter tido uma arbitragem isenta que permitiu aos Conquistadores garantirem o triunfo na Supertaça Cândido Oliveira. Contudo, Pinto da Costa preferia outros nomes entre Carlos Valente, Veiga Trigo ou Vítor Correia.
Se os presidentes dos dois contendores se digladiavam pela melhor escolha, a luta haveria de ficar mais acesa quando o jornal Expresso, na semana anterior ao jogo, anunciou que o Vitória simplesmente vetara estes nomes para o importante desafio.
Uma bomba que obrigou Pimenta a ir à Sala de Imprensa, após o jogo com o Penafiel (o anterior ao grande desafio) para esclarecer que "o Vitória não veta nenhum árbitro, pela simples razão de não lhe assistir esse direito. É uma prerrogativa que confere única e exclusivamente ao Conselho de Arbitragem e, portanto, nada tem a ver com o Vitória."
Porém, defendia existirem juízes que não eram merecedores de serem nomeados para tão importante contenda por terem sido infelizes em jogos de Vitória e outros, pasme-se, por terem proferido certas e determinadas afirmações que injuriaram a direcção do Vitória.
Assim, apesar de assumir respeitar qualquer nomeação, "como presidente do clube, que tem uma massa associativa de 15000 pessoas, que representa uma região altamente poderosa, tinha a obrigação, atendendo à importância do jogo (...), tenho a obrigação de tornar público, certas e determinadas coisas, para que o resultado que eventualmente possa sair desse jogo, seja resultante do confronto dentro das quatro linhas e não ganho nos bastidores."
Posto isto, Lourenço Pinto, para fazer a vontade a Pimenta sem desagradar ao Porto, nomearia outro nome. Falamos do algarvio Francisco Silva que, fruto da sua parcial actuação, levou o treinador Paulo Autuori aos arames... e a correr riscos de uma longa suspensão!