QUANDO LEIRÓS INDIGNOU INÁCIO E PIMENTA...

Aquela temporada de 2000/01 estava a ser uma verdadeira desilusão.

Com efeito, a aposta no regresso de Paulo Autuori revelara-se um rotundo fiasco com o brasileiro a não ser capaz de levar a equipa ao êxito, sendo que, por isso, partiria sem honra nem glória. E se o brasileiro não foi feliz, muito menos o seria Álvaro Magalhães, escolhido para o substituir.

A paz e algum êxito seriam encontrados com Augusto Inácio, que entraria em grande ao triunfar na Vila das Aves por três bolas a zero, para, de seguida, empatar a dois em casa com o FC Porto, naquele que terá sido o jogo da redenção do "patinho feio" Rogério Matias, autor de um golo de levantar o estádio.

Era, por isso, um Vitória de moral reposta que se deslocou a Aveiro, para enfrentar o Beira-Mar, que, por esses dias, vivia momentos de tranquilidade pouco usual. Porém, tudo seria abalado pela inacreditável arbitragem do juiz portuense, José Leirós, altamente lesiva para as cores vitorianas.

Assim, a alinhar com Vítor Nuno; Nandinho, Paulão, William, Rogério Matias; Paiva, Fredrik Söderström, Lima; Geraldo, Sérgio Júnior e Sion, o Vitória comprovaria que tinha subido de produção com o terceiro treinador da temporada... ainda que não contasse com a prestação do juiz portuense, que, como escreveu o jornal do Vitória de 20 de Março de 2001, "José Leirós longe com ele!"

A demonstrar isso, o facto de "José Leirós, durante a primeira parte apitou a tudo e nada, nascendo precisamente dum desses sopros injustificados o primeiro golo aveirense. José Leirós (...) ficou a partir desse instante a fazer parte da história do jogo. (...) O golo com que os aveirenses inauguraram o marcador tinha a chancela do árbitro portuense e o seu comportamento, que já tinha suscitado grandes receios antes disso pela memória das suas tendenciosas actuações nos jogos com o Moreirense para a Taça, e com o Braga para o Campeonato, passou a ser preocupante, na medida em que a dualidade de critérios acentuava-se a cada paragem de jogo."

O Vitória haveria de se reerguer para empatar por Manoel, olhando para o triunfo, até que, novamente, os aveirenses haveriam de se adiantar no marcador graças "a um desplante de José Leirós, que não interrompeu, como devia, o jogo após carga sobre Vítor Nuno dentro da área de baliza." Um verdadeiro escândalo, que, ainda, seria rebatido, após o empate de Evando, sendo que os aveirenses acabariam por triunfar graças ao único golo válido que apontaram no jogo.

A indignação tomaria conta das hostes vitorianas. Augusto Inácio diria parecer impossível, pois "no segundo golo, o nosso guarda-redes é carregado dentro da pequena área e o primeiro nasce de uma falta que não existiu. Já é azar meu, porque esta época é a segunda vez que falo de arbitragens e acontece das duas vezes com o mesmo árbitro e também, da outra vez, foi aqui neste estádio."

Pimenta Machado daria voz institucional ao desgosto vitoriano, afirmando ser "lamentável o Vitória que lutar, não só contra o Beira-Mar, mas também contra as decisões infelizes e esquisitas do árbitro". Assim, defendia que "a arbitragem tem que mudar completamente, porque depois disto é capaz do relatório do Delegado dar a nota máxima ao José Leirós."

Certo era que o Vitória dava um passo atrás na luta para escapar aos derradeiros lugares da tabela... haveria, contudo, de respirar de alívio na derradeira jornada da Liga naquele agónico desafio perante o Farense.

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