Depois do hóquei em patins que, como já escrevemos, teve um final abrupto, outra modalidade colectiva enamorou os vitorianos. Falamos do voleibol feminino que terá aberta as portas do clube a várias jovens que, por, na altura, o clube centrar-se essencialmente no futebol não tinham possibilidade de envergar o Rei ao peito.
Estávamos em 1976, e depois de várias experiências, o Vitória, com Luís Lucas ao leme e como seu adjunto, João Paredes, aqui retratado, avançou para a efectiva constituição de uma equipa feminina de voleibol. O êxito foi retumbante, ainda que tivesse sofrido um retrocesso com a descida ao segundo escalão nacional em 1979/80, apesar de ter-se sagrado campeão regional.
Regressou à primeira divisão em 1981/82 para se tornar numa verdadeira força da modalidade. Desde internacionais em diversos escalões até a um feito histórico: a primeira equipa do clube, para além do futebol, a participar numa prova europeia, numa eliminatória perdida frente ao Paris Université Clube no exercício de 1983/84.
Internamente, a equipa reforçada dava mostras de conseguir lutar pelo título. Na verdade, acabou por soçobrar por duas vezes, garantindo o vice-campeonato fruto da maior experiência do Leixões na modalidade, ainda que apresentasse algums das melhores jogadoras nacionais como Palmira ou Ivone Castro. Porém, a demonstração da qualidade da equipa das Conquistadoras foi confirmada com a primeira vitória numa eliminatória europeia, quando eliminaram as helénicas do Aris Salónica, para caírem frente às, então, jugoslavas do Estrela Vermelha de Belgrado.
A temporada de 1986/87 foi a derradeira deste ciclo, extinguindo-se a secção no final desta. A equipa, apesar de ter vencido a fase inicial, voltou a não conseguir o objectivo mais desejado: o título. Depois disso, fruto de dificuldades financeiras e de outros rumores, que por o serem não nos caberá aludir a eles, o voleibol feminino fechava as portas.
Passado quase 30 anos haveria de regressar aos escalões inferiores, para chegar ao primeiro escalão em 2019/20. O voleibol feminino voltou a acender paixões e a disputar finais. Em 2020/21, uma equipa onde pontificavam Samaret, Manuele Silva ou Florencia Giorgi atingiu duas finais: a da Taça da Federação e a de Portugal. Não venceriam qualquer uma delas, mas fizeram redescobrir um amor outrora perdido...