COMO UMA PEDRADA OBRIGOU O VITÓRIA A DISPUTAR DOIS JOGOS LONGE DE GUIMARÃES, AINDA QUE RECEBIDA NUMA CIDADE RIVAL COM CORDIALIDADE...

A temporada de 1978/79 desencadeava todo o tipo de esperanças nos vitorianos. Com Mário Wilson, como homem plenipotenciário do futebol vitoriano, acreditava-se que os Conquistadores poderiam finalmente regressar à alta-roda do futebol europeu.

Seria um logro, como bem sabemos com Wilson a acabar por ser despedido e em assembleia-geral a ser deliberado que até ao fim dos seus dias, jamais poderia orientar os Conquistadores.

Mas, seria ainda com o "Velho Capitão" ao leme que o Vitória receberia o Sporting em partida a contar para os oitavos de final da Taça de Portugal. Estávamos a 18 de Março de 1979 e a equipa vitoriana escalada para um desafio de uma prova em que sonhava chegar à final foi composta por Melo; Ramalho, Manaca, Torres, Alfredo; Ferreira da Costa, Pedroto, Abreu; Romeu, Jeremias e Mané.

Num autêntico lameiro, atento a intempérie que se houvera abatido sobre Guimarães nos dias anteriores ao jogo, como escreveu o Notícias de Guimarães de 23 de Março desse ano, a condição física ditou leis. Apesar do Vitória ter-se adiantado cedo no marcador por intermédio de Abreu, o Sporting haveria de igualar a eliminatória perto do final da partida, para no prolongamento vencê-la por três bolas a uma.

Porém, a verdade é que a influir no desfecho final do jogo esteve uma grande penalidade não assinalada pelo juiz António Espanhol, de Leiria, quando o Vitória vencia por uma bola a zero.

Tal levou a que, como escreveu o jornal Povo de Guimarães de 29 de Março desse ano, "referimo-nos, evidentemente, àquele ou àqueles que bem o prejudicaram com a pedrada, lançada inesperadamente contra a equipa de arbitragem que dirigiu o jogo contra o Sporting para a Taça de Portugal."

Como consequência, "o prejudicado, ao fim ao cabo, somente foi o clube vimaranense que teve de disputar, em terreno alheio que lhe será adverso nos apoios, dois competidores, num deles, sem dúvida, que até em casa, será difícil de vencer.”  Ou seja, o Vitória teve de receber o Académico de Viseu em Famalicão, tendo vencido por uma bola a zero, fruto do tento de Manaca, e o FC Porto, em Braga.

Nesta partida, o Vitória a alinhar com Melo, Ramalho, Manaca, Soares, Alfredo; Ferrera da Costa, Pedroto, Almiro; Romeu, Jeremias e Mundinho, sofreu na pele, os actos, de, como lhe chamou o Povo de Guimarães, "um tresloucado qualquer, escondendo a mão, lá obrigou o Vitória a ir, para Braga, disputar um encontro que deveria ser jogado no nosso Estádio Municipal."

Destaque, nesta partida, para um curioso facto salientado pelo jornal e que passava pelo facto dos "apaniguados bracarenses, desta vez, souberam-se comportar com cordialidade, ouvindo a campanha apaziguadora promovida pela Direcção do Sporting de Braga." Porém, dois golos falsos ajudaram os portistas a triunfar por três bolas a uma, de pouco valendo o tento de Jeremias.

O Vitória sofria as consequências de uma inopinada pedra...

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