O VAR ANTES DO TEMPO...

Estávamos na temporada de 2001/02. Depois de um início prometedor, a equipa gizada por Augusto Inácio, ia perdendo gás na luta por um lugar europeu.

Por isso, aquele jogo contra o Benfica de Camacho era decisivo. Para esse comboio não ser perdido, urgia ganhar.

Numa partida equilibrada, já após Lixa ter visto a sua carreira arruinada depois de um choque com Zahovic, surgiria um momento surreal em que a arbitragem portuguesa é pródiga.

Com o Benfica já a vencer por uma bola a zero, surgiu um lance duvidoso na área lisboeta entre Romeu e Caneira. Com os Conquistadores a reclamarem grande penalidade, foi gerado um sururu no relvado entre ambas as equipas

Quando os ânimos pareciam sanar, o árbitro, Duarte Gomes, foi instado por Zahovic, para receber uma informação do quarto árbitro. Após falar com este, expulsou o avançado vitoriano. Esta decisão fez o vulcão do Afonso Henriques entrar em erupção, gerando-se a revolta nas bancadas, pois segundo os atletas vitorianos a informação acerca da suposta agressão teria sido obtida através de recurso às câmaras da SportTv.

Mesmo assim, o Vitória ainda conseguiu igualar a contenda a um com um golo de Fangueiro, para depois, fisicamente soçobrar. Seria derrotado por quatro bolas a uma, o que suscitou uma onda de fúria no treinador Augusto Inácio, que acabou expulso por tentativa de agressão ao árbitro, e no presidente Pimenta Machado.

Citemos o treinador. “- Fui informado que fui expulso por tentativa de agressão. Mas não foi isso que aconteceu. Vai ser a palavra dele contra a minha. E mesmo que venha a ser castigado por um, dois ou três anos, digo-lhe na cara que não tentei agredi-lo nem lhe disse palavras injuriosas. Se o recurso às imagens fosse permitido, teria havido a expulsão de um jogador do Benfica [João M. Pinto] por ter pisado o Laelson e teria sido assinalado um ‘penalty’ contra o Benfica”.

Pimenta Machado, também, não calava a sua revolta: “ - Há um erro técnico do 4.º árbitro, que deriva do facto de ser ter apoiado nas imagens televisivas para verificar que houve uma agressão, pelo que o protesto foi escrito. Ou seja, o Vitória a ser o primeiro clube prejudicado por uma informação exterior, sem que ninguém se indignasse, sem comunicados do Conselho de Arbitragem e com a comunidade futebolística a assobiar para o ar”.

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