O ÚLTIMO JOGO NA AMOROSA...

Muito já se escreveu sobre o primeiro jogo disputado no Benlhevai, na Amorosa ou no estádio actual nas suas diferentes versões?

E a derradeira partida na Amorosa, verdadeira universidade de vitorianismo para as gerações nascidas entre 40 e 60, pelo menos da equipa sénior?

Teremos de enquadrar os factos. O sonho de um estádio moderno e relvado era algo que se acalentava em Guimarães desde 1948, altura em que, na inauguração da sede da Rua D. João, se falou pela primeira vez de um novo estádio.

O processo conheceu avanços e recuos, chegando-se a 1965 sem o novo palco vitoriano estar concluído. Até que a bomba estourou! Um ofício da Direcção Geral dos Desportos, no início desse ano, obrigava as equipas que participavam na Primeira Divisão a actuarem em campos relvados, quando o seu adversário tivesse um campo nessas condições. No fundo, tratou-se de uma medida destinada a proteger os mais fortes do futebol português, impedindo-os de terem de actuar em pelados onde se sentiam desconfortáveis.

O Vitória tudo fez para reverter a decisão, não o conseguido, porém. Em contra-relógio fez uns arranjos no estádio para receber o Belenenses, dois dias depois da decisão final. Deste constava uma pequena bancada em cimento, uns toscos camarotes em madeira e... o desejado relvado! Quanto a balneários, os jogadores tinham de se equipar na Amorosa e descerem até ao novo recinto! Nesse dia, frente ao Belenenses, o triunfo por três bolas a uma tornou o dia, ainda, mais feliz, cabendo ao vimaranense e vitoriano Castro a honra de apontar o primeiro golo na casa que, ainda, hoje é a do Vitória.

Quanto à Amorosa, ainda recebeu mais três jogos, atendendo ao facto dos adversários não possuírem recintos relvados. O último deles decorreu a 21 de Fevereiro de 1965, perante o Torreense, tendo o clube do Rei triunfado por duas bolas a zero, com golos do avançado brasileiro Rodrigo e de Paulino.

Dessa tarde de Inverno, concluiu-se que “num autêntico lamaçal, não permitindo aos atletas aquela mobilidade necessária, roubando ao espectáculo a maior parte do seu brilho e da sua objectividade. Num terreno assim, é impossível de praticar um futebol capaz de satisfazer os menos exigentes.” O relvado do Municipal marcava pontos, para a equipa sénior do Vitória não mais de lá sair até aos dias de hoje!

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