O ROMÁRIO DOS POBRES QUE FUGIU DO VITÓRIA...

A temporada de 1999/2000 no Vitória foi um ano de profundas alterações. Estas abrangeram mudanças no ataque com a partida de Gilmar, que houvera sido importante em anos anteriores, para o Boavista.

A sua substituição foi uma verdadeira novela. Primeiro Tuta, que actuava na Série A italiana, no Venezia, e que, depois de ter dado a palavra ao, por essa altura, empresário, Paulo Futre, roeu a corda para não chegar a Guimarães... e Marcelo Santos, um avançado conhecido no Brasil pelo "Romário dos pobres", por, na altura, ser suplente do "baixinho goleador" que, anos antes, houvera levado o Brasil ao tetracampeonato mundial.

Assim, Marcelo viajou para Guimarães cheio de ilusões, com um contrato de empréstimo de um ano a troco de 50 mil dólares pagos ao Mengão, com a possibilidade no final da época exercer a opção de aquisição definitiva por um milhão de dólares.

À chegada, descrevia-se como o "o que sei fazer é marcar golos. A minha posição é na frente de ataque, quer a servir os companheiros, quer para facturar. Jogo bem pelos dois lados." Com tantos atributos, com uma alcunha a prometer, os vitorianos salivavam por verem em acção o jovem de 23 anos.

Assim, começou a pré-temporada, com uma mialgia a limitá-lo, praticamente, só se mostrando aos vitorianos na "peladinha" no dia da apresentação da equipa aos sócios.

Por isso, resolveu falar ao coração dos directores vitorianos. Alegando ter saudades do Brasil e da família, começou, insistentemente, a pedir ao Vitória para o libertar do vínculo que o ligava aos Conquistadores. Assim, depois de ter êxito nos intentos, rumou ao Aeroporto Sá Carneiro para viajar para o Rio de Janeiro... mas, acabaria, poucas horas após, por ser apresentado em Tenerife como a esperança do clube espanhol para regressar à Liga principal.

Porém, do que o Vitória se livrou...em Tenerife actuou, apenas, durante cinquenta e dois minutos, dividido por quatro aparições. Não marcaria qualquer golo e regressaria ao Brasil, para só voltar a jogar três anos depois no ABC. Do Romário dos Pobres em Guimarães, não mais se ouviu falar...

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