Já aqui falamos do desejo de Pimenta Machado em poder, aproveitando a realização do Campeonato da Europa de 2004, em Portugal, construir um novo estádio.
Tal levou a uma acalorada discussão na comunidade vimaranense, que chegou à Câmara Municipal, na altura liderada por António Magalhães, e que obrigou à realização de várias reuniões entre o executivo municipal e o Vitória.
Nestas, um tema sempre presente era a viabilidade da construção de um recinto novo de raíz que deveria conhecer a luz do dia na veiga de Creixomil, construindo-se outras infra-estruturas, que como já vimos Pimenta procurava que fossem referentes a uma superfície comercial, no local onde, ainda, hoje se encontra o estádio D.Afonso Henriques.
Porém, o presidente da Câmara, publicamente e nas comunicações com os vereadores, mantinha a intenção de cumprir todas as responsabilidades assumidas desde o início do processo, assumindo desejar manter o estádio no sítio de sempre, pois "segundo elementos insuspeitos da UEFA, o estádio D. Afonso Henriques é hoje um dos melhores do país."
Tal foi corroborado pelos vereadores municipais, como Emídio Guerreiro do PSD que afirmou não fazer qualquer sentido construir um estádio novo para o europeu, já que (pensava-se que seria assim) "de dez estádios, apenas sete vão ser escolhidos para receber o Europeu, em Portugal. Esta ideia haveria de ser confirmada pelo seu colega de partido e de executivo, Roriz Mendes, que não teve pejo em afirmar que o afirmado pelo presidente ia de encontro ao que pensava.
Uma voz dissonante na tese de renovação do estádio, era Capela Dias da CDU, que em declarações ao jornal Sport de 22 de Novembro de 1999, afirmou que "a autarquia, aquando da cedência do estádio ao Vitória, foi avisada que não valeria a pena ficar com aquele estádio, já que o mesmo estava condenado ao fracasso, já prevíamos todos estes problemas... Por tudo isso, seria bem melhor construir um novo."
No final da reunião, contudo, António Magalhães haveria de ser autor de um desabafo que a todos surpreendeu: "também, eu gostaria de um novo estádio em Guimarães, mas, infelizmente, não posso." A justificar essa impossibilidade o facto de que "essa construção daria muitos problemas, mais do que aqueles que podemos imaginar. Além disso, tenho de ter uma visão mais ampla das coisas, como é natural."
Impulsionados pelos pensamentos mais recônditos do autarca, um grupo de sócios tentou recolher assinaturas para a realização de uma assembleia-geral extraordinária, para se discutir se deveria ou não existir um estádio novo. Na altura, o secretário-geral do clube, Luís Cirilo, considerou muito positiva a iniciativa, pois "é sempre bom saber que os sócios estão preocupados com a vida e futuro do clube, excluindo a equipa de futebol profissional. Agora é preciso que os sócios estejam conscientes do que estão a fazer, porque qualquer atrito pode deitar tudo a perder."
Magalhães haveria de levar de vencida a sua tese de se remodelar o D.Afonso Henriques...apesar de, no íntimo, querer um novo recinto!