I- No teste mais importante para a estreia no campeonato, o Vitória terá encontrado o adversário, provavelmente, com maior tarimba da sua pré-temporada. O Celta de Vigo é uma equipa bem construída, de ideias e de processos bem definidos e que aposta na qualidade da posse de bola como premissa.
II - A apostar no sistema que tem sido padrão nesta pré-temporada, o 3-4-3, os homens de Luís Pinto apresentaram como maiores novidades as apostas de Miguel Nóbrega e de Camara a titulares. Será nestas duas posições que o técnico vitoriano ainda terá algumas dúvidas para a estreia no Dragão frente ao FC Porto.
III - Não entrou bem o Vitória no jogo. Com dificuldades em ter bola, em fazê-la girar, os Conquistadores tiveram dificuldades em tornear a pressão galega, passando a maior parte do tempo a “bascular” consoante o giro do carrossel adversário.
IV - Contudo, aos poucos, a equipa foi capaz de se adaptar ao esquema adversário. De conseguir ter bola no pé, trocando-a e dando protagonismo ao futebol cerebral de Tiago Silva, ao invés de viver, apenas, dos esticões do ala Vando Félix.
V - Assim, se chegaria ao intervalo, não sem antes Nuno Santos ter desperdiçado o melhor lance vitoriano na primeira metade. Esperava-mais ofensivamente, mas a frieza da equipa que jamais perdeu o norte merecerá realce.
VI - A segunda metade foi encetada praticamente com o golo vitoriano. Uma obra de um autor só, assinada por uma das revelações deste período, Oumar Camara. Só o francês acreditou que poderia roubar aquela bola ao guardião viguês, conseguiu-o e foi feliz. Um prémio justo para um talento com o mundo na ponta das botas…
VII - A partir daí, terá querido o Vitória controlar em demasia o jogo. Respeitar com demasiado critério os posicionamentos. Manter-se unido e compacto, não dançando em demasia ao som dos passes adversários.
VIII - Terá valido a pena? Verdade é que a equipa no campeonato e, provavelmente, já na primeira jornada do campeonato terá que sofrer muito. Mas, haverá partidas em que, depois de se colocar em vantagem, terá de procurar o segundo tento… hoje, também por mérito do adversário, isso não sucedeu.
IX - Por isso, expôs-se ao domínio adversário. Teve dificuldades em segurar a bola. Em descansar com ela. Valeram, porém, duas extraordinárias exibições: a de Charles, capaz de duas ou três defesas assombrosas a dizer que a baliza está em boas e seguras mais e Borevkovic que tudo limpou!
X - Não foi um triunfo belíssimo, mas foi, acima de tudo, moralizador. As equipas crescem a vencer, mas, também, a sofrer. E se assim é, hoje o Vitória teve um pós-graduação nesta arte. E, isso, vai ser preciso no futuro!
XI - Depois da partida de amanhã, provavelmente, com os não utilizados de hoje, frente ao Chaves, seguir-se-á a estreia no campeonato. Mas disso, haverá tempo para falar amanhã, depois da partida contra os flavienses.
XII - VIVA O VITÓRIA, SEMPRE…