O INÍCIO DE UMA ÉPOCA INESQUECÍVEL COM UMA SABOROSA GOLEADA QUE AJUDOU A ESQUECER AS AGRESSÕES A DOIS DIRIGENTES

Aquela temporada de 1968/69 haveria de ser inesquecível... a ponto do Vitória, durante largo período da mesma, ter sonhado com um inédito título nacional.

Porém, no primeiro desafio em casa perante o Leixões, os comandados de Jorge Vieira não convenceram, nem encantaram, ao empatarem a zero. Por isso, por uma questão de afirmação, aquela partida na Póvoa, frente ao Varzim, e perante muitos vitorianos era tida como importante...para aquilatar das verdadeiras capacidades dos Conquistadores.

A resposta seria portentosa, contundente e a não admitir contestações ou réplicas. A alinhar com Rodrigues; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Daniel; Peres, Augusto; Artur, Manuel, Mendes e Vieira, o conjunto vitoriano teria início de sonho, ao adiantar-se no marcador, ainda, dentro do primeiro minuto da partida, graças a um cabeceamento de Vieira. Era o dínamo ideal para a alegria dos vitorianos, que mais tranquilos ficariam quando o adversário aos cinco minutos ficou reduzido a dez unidades, por expulsão de Quim por agressão ao autor do primeiro golo vitoriano.

As pretensões da equipa da casa, ainda, haveriam de sofrer outro rude golpe antes dos 20 minutos, quando os Conquistadores apontaram o seu segundo golo por intermédio de Artur, para, quase logo de seguida, Vieira provocar outra expulsão nos varzinistas, o que originou a que o desafio estivesse interrompido por cinco minutos.

Com nove jogadores e com o Vitória pleno de confiança, o resultado haveria de se avolumar com os golos na segunda metade por Manafá, entrado para o lugar de Mendes, Joaquim Jorge e Manuel, na certeza que o Vitória conseguia o primeiro triunfo de um campeonato que haveria de ser inesquecível.

Jorge Vieira, esse, no final da partida, apesar do êxito, reconhecia a necessidade da equipa melhorar, enquanto o capitão Peres, ao jornal A Bola, seria exemplar na análise ao jogo: " - O que quer que lhe diga? Ganhámos um jogo que, pelo comportamento incorreto de alguns jogadores do Varzim se tornou fácil. Tanto Quim como Serrão foram bem expulsos. Infelizmente."

Igual opinião não tiveram os adeptos do clube da casa. Assim, aquando da saída de Mendes de campo para ser assistido, após a agressão de que fora alvo por parte de Serrão, alguns dirigentes vitorianos satisfeitos pelo resultado e querendo incentivar o jogador aplaudiram-no. Imediatamente, o camarote onde se encontravam foi invadido e dois homens marcantes da centenária história vitoriana sofreram na pele a fúria poveira. Falamos de Diamantino Mourão que foi ferido no rosto e Antero Henriques da Silva no braço. Apesar do susto, o Vitória somava o primeiro triunfo num campeonato memorável e da ira varzinista jamais rezaria a história...

Postagem Anterior Próxima Postagem