COMO UM TAL DE ANÍBAL, HÁ RIGOROSAMENTE 55 ANOS, FRUSTROU A ENCHENTE VITORIANA DE REGRESSAR DE COIMBRA COM O ÊXITO

Foi há rigorosamente 55 anos... A 3 de Novembro de 1968!

O Vitória de Jorge Vieira a dar cartas na Liga Nacional deslocava-se a Coimbra, para encontrar uma Académica, por esses dias, também, na "crista da onda".

Com os Conquistadores há sétima jornada a só terem sido desfeiteados em Tomar e por terem na Atenas portuguesa um destino de eleição para uma viagem, segundo o jornal do clube da data, "a gente de Guimarães tem uma predilecção especial pela Cidade dos doutores. Gosta de Coimbra, de percorrer as suas modernas artérias e se demorar, em contemplação carinhosa, nas ruas estreitas da alta coimbrã."

Atendendo a esses factos e pela paixão intemporal pelo clube que traz o Rei no peito "todos os anos Guimarães vai a Coimbra com o seu Vitória. Vão os que gostam de futebol e correm atrás dele; mas, também, os que pretendem somente fazer turismo, ainda que todos se prendam do resultado do jogo."

Por isso, e acrescentando aos factos mencionados, a bela carreira vitoriana, "alguns milhares de vimaranenses foram com o Vitória, num jogo que teve como personagem principal, o árbitro lisboeta Aníbal Oliveira.

Na verdade, com o Vitória a alinhar com Rodrigues; Gualter, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Costeado; Peres, Artur, Augusto; Mendes, Carlos Manuel e Zezinho, a festa far-se-ia cedo, graças ao tento inaugural de Augusto. O Vitória jogava bem, adiantava-se no marcador e nas bancadas do Calhabé, os gritos de apoio ao conjunto vimaranense silenciavam o efe-erre-à dos estudantes.

Até que Aníbal resolveu entrar em cena... Apesar de ser, na altura, um dos melhores árbitros nacionais, foi dotado, segundo o Notícias de Guimarães "da coerência mais lamentável e assustadora. Assustadora, sobretudo, porque ela parece significar que nem os árbitros de melhor capacidade e personalidade, se furtam à influência de certas...influências. É que, o caso do penalty fantasma de Coimbra, foi nitidamente fruto do desejo de uma reconciliação entre quem o ordenou e aqueles que dele beneficiaram." Graças a esse momento fantasmagórico, ficava o Vitória despojado de um ponto que viria. a fazer falta para o seu encontro com a história no final do campeonato ser mais intenso, mais eterno, já que significaria a obtenção do segundo posto.

Porém, "realizou em Coimbra uma excelente exibição". Uma exibição, à qual só faltou o triunfo, por causa de Aníbal. Faz, hoje, 55 anos!

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