Caso falemos com vitorianos com mais de 60 anos, recordarão com saudade os primeiros anos do estádio, então, municipal.
Numa obra concluída à pressa, com o Vitória a ter de fazer a mudança de um dia para o outro, por causa de uma emanação da Direcção-Geral dos Desportos que obrigava a receber em campo relvado as equipas que também tivessem tapetes verdes no estádio, não houve sequer tempo para construir os balneários.
Assim, como muitos de nós já ouviram, de modo deleitado, os relatos dos vitorianos desse tempo, os jogadores tinham de se equipar nos balneários da Amorosa, recinto que se situava por cima do actual recinto. E daí vinham os craques para o início do jogo e aí regressavam ao intervalo para retemperar forças.
Foi assim até ao início da época de 1968/69. Nesse dia, na primeira jornada de um campeonato que havia de ficar na história pela conquista do primeiro dos quatro terceiros lugares que o Vitória foi capaz de conseguir no Nacional Maior, frente ao Leixões, inauguraram-se finalmente os balneários na casa nova.
Citemos as palavras da Bola de 09 de Setembro de 1968: " Progresso - Ontem, em Guimarães, viveu-se um dia grande: as cabinas do estádio foram finalmente inauguradas. Acabou-se o drama da autêntica maratona que os jogadores tinham de fazer para se deslocarem dos e até aos improvisados vestiários. Finalmente, em Guimarães, há cabinas."
A partida acabaria empatada a zero, com o Vitória a não dar a perceber o quão memorável iria ser essa temporada!