GUIMARÃES NOS JOGOS SEM FRONTEIRAS...

Os Jogos Sem Fronteiras faziam parte do Verão de quem tem 30 anos para cima.

Numa ideia concebida pelo General De Gaulle para festejar a amizade dos povos europeus, teve a sua primeira edição em 1965, opondo, apenas, equipas francesas e alemãs. Portugal haveria de juntar-se, apenas, em 1979 e o Verão de 1990 trouxe a aventura vimaranense naqueles desafios que prendiam gerações e famílias nos serões televisivos, com a narração portuguesa a cabo de Eládio Clímaco.

Assim, em Maio do referido ano de 1990 era anunciado que Guimarães iria realizar um investimento de 15000 contos (75000 euros) para receber duas sessões destas provas mais fraternais que competitivas, sendo que a RTP iria financiar uma parte substancial do investimento. Quanto ao remanescente, a autarquia esperava que o retorno publicitário pagasse o investimento através dos contratos publicitários.

Assim, à edilidade incumbia às obras no Campo de São Mamede, onde iram decorrer os Jogos, a contratação de 60 figurantes que deveriam animar as ameias do Castelo, bem como o programa social que contava com recepções, passeios e outras actividades para as delegações.

Como dissemos, em Guimarães disputar-se-iam duas sessões, sendo que na primeira a representação portuguesa caberia à cidade das Caldas da Rainha. Na segunda, sim, seria a Cidade onde nasceu Portugal a representar o país, numa equipa constituída por: Isabel Portilha (professora do ensino básico), Lázaro Nunes (locutor de rádio), Celeste Marques, Isabel Machado, Rodrigo Oliveira, Fausto Reis e Carla Lemos (todos professores de Educação Física), Miguel Costa e José Guilherme (estudantes) e Maria da Luz Fernandes (monitora de costura).

A equipa competiria a 23 de Junho, tendo a transmissão televisiva ocorrido a 16 de Agosto e contando, para além de Guimarães, com as seguintes representações: Arnedo (Espanha), Argentevil (França), Cicciano (Itália), Bor (Jugoslávia) e Fiorentino (San Marino).

Com os diferentes desafios a aludirem, ainda de que forma adaptada, à história vimaranense, como o Nascimento de Portugal, a Batalha de São Mamede ou às Nicolinas, a esperança dos 2500 espectadores era que Guimarães, tal como fizera no ensaio geral, vencesse a competição. Porém, como tantas vezes tem sucedido na história, o cinismo italiano terá valido pontos. Depois de no teste ter escondido trunfos, seria mais forte na competição a doer, vencendo a prova, deixando a representação vimaranense no segundo posto, ainda que tivesse liderado durante uma relevante parte da prova.

Porém, independentemente do resultado, foi inesquecível para quem viveu esta competição lendária da televisão europeia!

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