Os anos 90 foram revulsivos na remodelação das infra-estruturas vitorianas.
Com efeito, o estádio dos Conquistadores, do momento em que passou para a sua propriedade, foi alvo de inúmeras obras de beneficiação que, apenas, culminaram com a remodelação completa que foi alvo para o Campeonato Europeu de 2004.
Uma destas obras foi decidida arrancar no final da temporada de 1989/90... e contra a aprovação autárquica. Na verdade, como escreveu o Jornal Povo de Guimarães de 15 de Junho de 1990, "a direcção do Vitória analisou, na passada Segunda-feira, com toda a profundidade o complexo processo das Obras de Remodelação do Estádio Municipal, as possibilidades da sua execução e, ainda, a decisão camarária votada três dias antes de indeferir a possibilidade de comparticipação do Município para a criação de novas estruturas de lazer em Áreas que a construção de uma nova bancada disponibilizará e que, a serem executados, permitiram toda uma nova animação urbana naquela Área e, nomeadamente, na futura Alameda dos Bombeiros que o Município se propõe construir."
Proposta essa que passava pela " a) a definição das instalações, equipamentos, opções de utilização a criar na base da nova bancada será sempre feito por acordo entre o Vitória Sport Clube e a Câmara Municipal, tendo em vista o proporcionar de espaços de lazer de qualidade atractiva à totalidade da população vimaranense ou visitante e não exclusivamente aos sócios do clube; b) será concedida a utilização à Câmara Municipal uma área a combinar, totalmente equipada, com a sua gestão exclusiva, dentro dos objectivos definidos anteriormente; c) A Câmara Municipal comparticipará com a verba global por 200 mil contos para a construção e equipamentos das referidas instalações, comparticipação essa que será entregue no período de dez anos, em prestações anuais de 20.000 contos a partir de 1992."
Porém, como já se disse, o Vitória, apesar do indeferimento, resolveu avançar para a construção da futura bancada Poente, demolindo a, então, Lateral Sócios. A justificar tal decisão, o facto da direcção ter considerado que "o adiamento por um ano das obras previstas frustraria as expectativas da massa associativa que aguarda, ansiosamente, o início das obras, encareceria grandemente os seus custos financeiros e, fundamentalmente, poderia ser utilizado pela Câmara Municipal como acusação ao Vitória pelo não cumprimento do protocolo acordado em que as referidas obras são expressamente previstas embora sem prazo para o seu início."
Não obstante esse indeferimento, o clube dava o passo em frente, mas exigia que a autarquia também realizasse o que anteriormente tinha-se comprometido e que nada tinha a ver com a proposta, ora, rejeitada. Assim, um dirigente do clube garantia que "O Vitória vai cumprir integralmente, mas exigirá que a Câmara o faça, também, e para já não o está a cumprir no que respeita à cobertura da actual Bancada Central e Camarotes, obra prevista para ser realizada durante o defeso e que, ainda, não foi adjudicada..."
Assim, as obras iriam avançar de imediato. Passaram, como se referiu, pela destruição da antiga Lateral Sócios, que deixaria, de imediato, de ter utilização. A bancada seria demolida futuramente, quando à sua frente já existia a primeira fase de construção do novo local para os vitorianos apoiarem os Conquistadores...