GUGA A PEDIR NA IGREJA?

Guga fora das contratações mais sonantes do Vitória gizado por Augusto Inácio na época 2001/02.

Extremo rápido e tecnicista, de imediato, assumiu um papel relevante na equipa, a ponto de ter sido quase inamovível num Vitória completamente remodelado, onde pontificavam nomes como Cléber, Nuno Assis ou Romeu.

Porém, aos poucos iria perdendo influência no Vitória. O sistema de 3-5-2 implementado por Augusto Inácio, fez com que perdesse influência no onze. Na verdade, com dois alas a voarem pelos flancos, não existia espaço para extremos, baseando-se o futebol vitoriano na imprevisibilidade do talento de nomes como Nuno Assis, Pedro Mendes ou Hugo Cunha e na vertigem de outros como Abel, Fangueiro, Bessa ou Djurdjevic.

Por isso, a jogar pouco, era provável que o humor do brasileiro já tivesse contado com melhores dias.

Assim, quando foi chamado a intervir na partida contra o Vitória FC, jogou de raiva. Revolucionou o jogo, numa altura em que todo o plantel se sentia preocupado com o processo do "saco azul", desencadeado pela assunção pública de Pimenta Machado quanto à sua existência.

Por isso, após o jogo contra o homónimo sadino, na flash interview, o jogador brasileiro não foi de modas, causando um momento embaraçoso para o Vitória: " - Vou ter que ir pedir dinheiro à porta da Igreja? Há dois meses que não recebo. Vocês da televisão digam aí que não recebemos há dois meses. Que paguem o que nos devem!”.

Imediatamente foi alvo de um processo disciplinar, tendo-lhe sido proposta a rescisão contratual que rejeitou para... acabar por ser reintegrado e utilizado por Augusto Inácio!

Contudo, por essa razão, Pimenta Machado teve de declarar à imprensa que o “Vitória estava bem, muito bem (...) dentro das dificuldades, está o possível (..) Antes, no Vitória nunca houve salários em atraso, porque eu, quando era necessário injectava dinheiro ou avalizava e nunca chegavam a ser. A partir do momento que aconteceu o que aconteceu, não posso meter lá dinheiro nem avalizar e como as receitas são inferiores às despesas, este desequilíbrio é inevitável. Isto é o que alguns sócios quiseram...”

Guga deixaria o Vitória no final da temporada 2003/04, sobrevivendo ao processo disciplinar e sem jamais ter sido visto à porta das muitas igrejas que existem na Cidade-Berço.

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