EM LEIRIA, COM COROADO, UM ROUBO INENARRÁVEL...

O Vitória de Quinito, na temporada de 1994/95, encantava. Jogava bom futebol, sempre de olhos na baliza e sempre com um toque artístico capaz de seduzir o adepto mais céptico.

Porém, como todas as equipas, passou por fases mais melindrosas, como a iniciada com o empate na Madeira, frente ao União, e que se estendeu por cinco jogos... muito por culpa de uma partida disputada em Leiria, frente à União.

Desde logo, essa partida entrou na história por ter sido a primeira vez que a claque do clube, os Insane Guys, se deslocou em apoio à equipa.

Porém, essa partida ficará para sempre marcada pela absolutamente lesiva arbitragem de Jorge Coroado relativamente aos interesses do Vitória. Reza a história que terá sido nomeado por Raul Rocha, na altura membro do Conselho de Arbitragem e afecto ao Vitória, no intuito da sua competência e imparcialidade não serem prejudiciais aos Conquistadores. Porém, o árbitro lisboeta iria mais além, e para comprovar uma estranha independência, em todas as decisões que teve de tomar, optou por apitar a desfavorecer o clube do Rei.

Nesse dia, a alinhar com Zé Carlos; José Carlos, Tanta, Vítor Silva, Quim Berto; Pedro Martins, N'Dinga, Pedro Barbosa, Zahovic; Dane e Gilmar, e enquanto o juiz não se tornou no principal protagonista da partida, a equipa de Quinito dominou a partida a seu bel-prazer. Criou e desperdiçou oportunidades. Gizou jogadas de alto recorte, às quais só faltaram os golos. Até que, já na segunda parte, um autogolo de Abel pareceu lançar os Conquistadores para um merecido e útil triunfo.

Até que entrou em campo o reforço da equipa orientada por Vítor Manuel: Jorge Coroado. Com efeito, cinco minutos depois da imensa festa vitoriana num dos topos do Estádio Magalhães Pessoa, conseguiu vislumbrar uma mão na bola de Tanta, quando a mesma fora remata mesmo "em cima de si", apontando a consequente grande penalidade que Abel, o autor do golo vitoriano, haveria de transformar. Como consequência, admoestaria o central vitoriano com o segundo amarelo, retirando-o da partida.

Porém, não contente om isso, ainda conseguiu, num excesso punitivo e de rigidez, expulsar uma das maiores estrelas da equipa, Pedro Barbosa, deixando o Vitória a actuar com nove jogadores...e sem dois dos seus mais influentes atletas para a partida seguinte, que seria contra o Benfica.

Com nove jogadores, com o campo inclinado e de cabeça perdida, os Conquistadores acabariam por ceder, ainda que, mesmo nesta situação, pudessem ter chegado ao golo. Nos minutos finais da partida, o brasileiro Nélson Bertollazzi haveria de apontar o golo do triunfo leiriense, perante a indignação e desespero dos vitorianos.

Ao Vitória para ganhar nunca bastou ser melhor... teve sempre de ser muito melhor e contar com arbitragens como a que não sucedeu naquele Sábado à noite em Leiria...

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