COMO SEM CONTAR, NUNO TEVE A SUA PRIMEIRA OPORTUNIDADE, NUM VERDADEIRO GOLPE DE SORTE...

A temporada de 1994/95 não foi encetada de modo fácil pelo Vitória. Apesar de nas primeiras três jornadas ter triunfado por duas vezes, uma delas perante o concorrente directo Boavista, a verdade é que os comandados de Quinito foram perdendo gás, ao ponto de nos sete jogos seguintes só terem conseguido triunfar em casa perante o Beira-Mar, graças a um tento solitário de Tanta já nos últimos minutos da partida.

Assim, depois da equipa ter sido presa fácil para o FC Porto de Bobby Robson nas Antas, onde perdeu por três bolas a zero, Quinito entendeu ser necessário dar um safanão à equipa na partida com o Gil Vicente. Um safanão que passou pelo facto do guardião brasileiro José Carlos passar de titular a não convocado, assumindo o seu lugar Madureira, e por deixar os quase indiscutíveis Matias e Pedro Barbosa no banco de suplentes.

Assim, em campo entraram naquele fria mas solarenga tarde de Domingo, dia 13 de Novembro de 1994, os seguintes jogadores: Madureira; José Carlos, Samuel, Tanta, Quim Berto; Pedro Martins, N' Dinga, Emerson, Dane; Ziad e Gilmar, que, logo aos nove minutos, colocaram-se em vantagem, graças a um golo de Gilmar, que parecia indiciar que, finalmente, os vitorianos iriam viver uma tarde tranquila.

Puro engano! Poucos minutos depois, surgiria o drama. Madureira, o guardião que nessa temporada estreava-se a titular, ao fazer uma defesa, bateu com o joelho no poste. Não poderia continuar, sendo que no sinal que pretendera dar ao grupo, Quinito deixara, o até então titular, Zé Carlos fora dos convocados. No banco estava, como escreveu o Notícias de Guimarães de 18 de Novembro desse ano, "um jovem que no Sábado perto do meio-dia, esperava pacientemente a lista dos convocados, fazendo planos para o seu fim-de-semana. De repente, vê-se convocado e logo a seguir a entrar no relvado para substituir Madureira." Os primeiros momentos do jovem jogador seriam nervosos, já que "na sua primeira intervenção vê Roberto Carlos isolado, vai ao seu encontro, faz penalty despropositado que (felizmente para ele e para o Vitória) Manuel Sineiro entendeu não considerar. Podia ter visto logo o vermelho."

Após esse momento, acalmar-se-ia. A ajudar a essa maior tranquilidade, o facto do Vitória ter, logo no início da segunda metade, ampliado a vantagem, graças a um tento de Ziad, de regresso após a primeira experiência no Japão, com um "golão! Gilmar numa simulação primorosa deixa a bola para Ziad encher o pé e o esférico só se vê no fundo das malhas."

Parecia ser o regresso aos triunfos, ainda que o Gil reduzisse diferenças, para em cima do apito final Emerson fechar a contagem. O Vitória regressava aos triunfos e Nuno acabava melhor do que começara, pois "tranquilizou-se e esteve seguro nas suas intervenções. Seguro e decidido." Haveria, contudo, de no jogo seguinte perder o lugar para o regressado Zé Carlos. Assim, seria até ao jogo de Aveiro desse ano, mas isso será outra história!

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