Aquela época prometia.
Fosse por ter no banco o treinador adepto da magia e do futebol champagne, Quinito, fosse pelos reforços contratados como Pedro Martins, José Carlos, Vítor Silva, Emerson Almeida ou Vorkapic, a verdade é que a esperança numa grande temporada estava bem presente em Guimarães.
Por isso, aquele primeiro jogo, disputado a 21 de Agosto de 1994, frente ao Boavista suscitava grande entusiasmo, atendendo aos factos supra enunciados mas, também, pelos axadrezado serem um concorrente directo na luta por um lugar ao Sol, leia-se europeu.
Assim, para a história ficou a primeira equipa usada por Quinito em jogos oficiais, que era, verdadeiramente, um onze de luxo: Zé Carlos, José Carlos, Matias, Tanta, Basílio; Pedro Martins, Pedro Barbosa, Zahovic, Dane; Agostinho e Gilmar. Um conjunto de qualidade extraordinária que haveria de dar muitas alegrias aos adeptos e que naquela tarde, proporcionou, como escreveu o Notícias de Guimarães de 26 de Agosto de 1994, "um excelente espectáculo, produzindo bom futebol, embora fosse o primeiro o primeiro jogo da temporada."
A primeira parte decorreria com domínio vitoriano, ainda que não fosse capaz de chegar ao golo quase até ao seu final. Zahovic e Dane tiveram o golo nos pés mas haveriam de o desperdiçar, deixando para um dos últimos lances da primeira metade o desejado clímax. Pedro Matins haveria de cobrar uma grande penalidade apontada por Jorge Coroado, fruto de uma falta existente num lance confuso na área boavisteira, uma vez que "não ficamos com a certeza se Jorge Coroado castigou a falta sobre Gilmar (por Barny) ou sobre Pedro (por Nogueira)." Pouco importava e o Vitória ia para o intervalo a vencer.
A segunda metade começaria a escaldar com duas expulsões. Primeiro a de Fernando Mendes, sendo que a balança haveria de se equilibrar com a expulsão do vitoriano Zahovic. As equipas ficavam com dez, o jogo (re)equilibrava-se e só haveria de ser decidido perto do seu final quando "uma excelente tabelinha entre Pedro (o Barbosa) e José Carlos isolou aquele e permitiu-lhe fuzilar o indefeso Alfredo. O golo da tranquilidade. Um golo espectacular."
O Vitória começava a temporada a vencer e Quinito, feliz, dizia que "um super-Boavista tinha obrigado a aparecer um super-Vitória." A época começava bem mas, ainda, iria ter muitas dificuldades até ter um final feliz!