DUAS RECORDAÇÕES (QUE JAMAIS NOS SAIRÃO DA MEMÓRIA) PROVENIENTES DE FAMALICÃO

A temporada de 1992/93 prometia em Guimarães...

Para além do regresso sebastiânico de Marinho Peres, os responsáveis vitorianos apostaram num sem número de atletas de qualidade inegável, dos quais se esperava muito.

Entre eles, estava uma dupla que chegava do nosso adversário de hoje e que, por estes dias, ainda é recordada com saudade em Guimarães. Falamos do brasileiro Tanta e do bósnio Dane.

Tendo sido ambos parte na boa carreira realizada pelos famalicenses no exercício antecedente e por isso dado nas vistas, foram contratados para preencherem a espinha medular vitoriana, já que o brasileiro era defesa central e o balcânico era médio ofensivo.

Teriam impacto imediato. Atletas de bons recursos afirmaram-se com facilidade, ainda que com alguns percalços à mistura.

Como poderemos esquecer a grave lesão infligida por Aloísio a Dane, por exemplo? Mas, como poderemos esquecer a extraordinária noite que viveu frente à Real Sociedad, com dois golos de compêndio? Ou o tento ao meio campo naquela diluviana noite de Dezembro no Bessa, naquela que terá sido, provavelmente, a derradeira alegria de Sôr Marinho de Rei ao peito? Ou, ainda, quando, após a expulsão do guarda-redes vitoriano, Madureira, foi para a baliza, num desafio frente ao FC Porto, conseguindo aguentar o jogo sem sofrer golos? Feitos heróicos, portanto, de um homem que, hoje, trabalha em Londres como taxista.

E o que poderemos dizer de Tanta? Defesa duro, sem contemplações e com jogo aéreo imperial. O homem que, durante quatro épocas, foi o líder da defesa vitoriana, aliando talento a raça, leitura de jogo a agressividade, antecipação a um imenso respeito imposto aos avançados contrários, num tempo em que aos centrais faltavam dentes e tinham de fazer cara de mau. Uma personagem tão peculiar que, desde que findou a sua carreira, regressou ao Brasil para desaparecer de circulação, sendo até impossível de descobrir o seu paradeiro em esquadras ou conservatórias. Tanta vaporizou-se... tornou-se uma figura mitológica que, provavelmente, vagueará nos pesadelos dos avançados daquele tempo!

Dois conquistadores provenientes de Famalicão e que jamais sairão da nossa memória colectiva...

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