O VELHO CAPITÃO PROIBIDO DE TREINAR O VITÓRIA ATÉ À MORTE

De Mário Wilson, independentemente da aproximação ao Benfica, rezará grande parte da história vitoriana na década de 70 do século passado.

Contratado em 1971/72, proveniente do Tirsense, teria um percurso bipartido em Guimarães. Primeiro foram quatro temporadas, onde ficará para sempre marcada a temporada de 1974/75, em que contava com um ataque com homens como Tito, Jeremias e Romeu e em que foi conseguido um quinto lugar...sem apuramento europeu!

Poderia ter sido melhor, mas aquele jogo em Espinho em que Jeremias foi injustamente expulso terá minado a temporada a uma equipa que, mesmo assim, conseguiu ter o melhor ataque da prova.

Por essa razão, e pelo trabalho de reformulação profunda levada a cabo no plantel vitoriano, depois de uma década de 60 de afirmação de um ano de 71/72 em que só um quase miraculoso empate no Estádio das Antas garantiu uma sofrida manutenção, Mário Wilson partiu. Primeiro para o Benfica e depois para o Boavista, mas para sempre ser olhado como um D. Sebastião, estatuto que alguns treinadores mereceram e merecem em Guimarães.

Haveria de voltar. Primeiro na temporada de 1977/78 garantir outro sexto lugar, a posição mais vezes repetida na década e para se chegar à fatídica temporada de 1978/79.

Nesta terá sucedido um dos factos mais inusitados do futebol português. Fruto de um convite da Federação Portuguesa de Futebol, o treinador acumulou as funções a que estava adstrito no Vitória, ainda com reforço de poderes quanto a contratações, com as de seleccionador nacional.

Seria a verdadeira confusão! Como treinador, quase director técnico, logo no início da época envolveu-se em questões dúbias com empresários que acarretou a perda de dinheiro para o clube.

Depois, num momento pouco visto no futebol. seria nomeado seleccionador nacional mas exercendo em simultâneo funções no Vitória. O desinteresse e a incapacidade em desempenhar dois cargos ao mesmo tempo fez que delegasse funções nos adjuntos.

Correria mal, com a equipa cada vez menos preparada fisicamente e tacticamente, tendo o seu apogeu com a derrota caseira frente ao SC Braga, que custou um lugar europeu.

Agastados com o modo como a temporada fora gerida pelo treinador, com um suposto interesse por confirmar do Benfica o voltar a contratar, responsáveis vitorianos, encabeçados por Gil Mesquita, não hesitaram e despediram-no.

Entregaram, assim, a equipa ao lendário Daniel Barreto, seu adjunto na altura, que no jogo seguinte, um empate no Restelo, dedicou o ponto conquistado ao seu antigo líder. Por isso, num acto injusto para o homem da sua relevância, seria afastado do Vitória.

Mário Wilson, esse, em deliberação tomada pelos sócios em Assembleia-Geral seria proibido de jamais voltar a treinar o Vitória!

Outros tempos...

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