COMO UMA EXIBIÇÃO DE SONHO DESCONTRUIU O RIVAL PARA ALAVANCAR O ENTUSIASMO VITORIANO E GERAR O ENTUSIASMO QUE LEVOU A UM COMBOIO BRANCO!

O Vitória não começara a temporada de 1980/81 do modo mais feliz. A aposta em Fernando Peres não correra do modo mais feliz, sendo a derrota em Espinho o dínamo que fez Pimenta, a dar os primeiros passos como presidente do Vitória, tomar uma importante resolução. Assim, despediria o treinador, chamando três homens que terão constituído, provavelmente, a melhor equipa técnica do futebol português: José Maria Pedroto a treinador principal, tendo como adjuntos Artur Jorge e António Morais.

As melhorias foram quase imediatas, com a equipa a empatar em casa a um com o Boavista, ao sofrer o golo do empate no derradeiro minuto, e a triunfar na Póvoa de Varzim fruto de um golo de Mundinho, para receber de seguida o SC Braga, no sempre desejado e apetecível Clássico do Minho.

Nesse dia 09 de Novembro de 1980, em partida a contar para a décima jornada do campeonato nacional, o Vitória, como escreveu o Notícias de Guimarães de 14 de Novembro, "foi uma primeira parte de sonho, aquela que o conjunto vimaranense ofereceu aos milhares de espectadores que se deslocaram ao Municipal para assistirem à partida entre os dois rivais minhotos."

Assim, a equipa composta por Damas; Ramalho, Tozé, Barrrinha, Gregório Freixo; Ferreira da Costas, Festas, Abreu; Mundinho, Blanker e Ribeiro, realizou "jogadas magníficas de ataque, com bola endossada ao primeiro toque, perfurando uma defesa que não é tão má quanto deu a entender..." Assim, ao golo de Festas aos 15 minutos, seguiu-se uma extraordinária manifestação de voracidade atacante, com um bis do neerlandês Blanker e outro golo de Mundinho levando a que ao intervalo o Vitória estivesse a vencer por quatro bolas a zero. Tal levava a que o cronista afirmasse que "há muito que não se via em Guimarães futebol de tal quilate e com tal produção de jogo."

Algo de absolutamente extraordinário, consubstanciado por mais um golo na segunda parte, apontado por Ferreira da Costa, de modo chegar-se aos cinco tentos sem resposta.

Perante tamanha manifestação de qualidade, concluía-se que "assim vale a pena ver futebol e assim se conquistam adeptos para a modalidade. Quem sabe, sabe, e Pedroto sabe realmente muito." E o entusiasmo vitoriano escalava aos píncaros, levando a que para a deslocação seguinte, à Luz, fosse organizado o inesquecível Comboio Branco. Mas isso, já será outra história!

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