COMO UMA EXIBIÇÃO DE GALA NA DESPEDIDA DE PEDROTO NÃO FOI MERECEDORA DA FELICIDADE TOTAL...

Naquela temporada de 1981/82, o Vitória fizera campeonato de nível superior. Na verdade, tendo sido, apenas, desfeiteado por cinco vezes em trinta partidas conquistou com mérito e tranquilidade o quarto posto... ficando na memória as séries de 9 e 10 jogos que a equipa esteve sem conhecer a derrota entre campeonato e Taça de Portugal.

Um ano extraordinário que não teve o desenlace desejado, por causa do eterno rival que, apesar de ter-se classificado no sétimo lugar da tabela classificativa, apurou-se para a final da Taça de Portugal, conseguindo, assim, "roubar" o apuramento europeu aos Conquistadores.

Porém, aquele dia 23 de Maio de 1982 ficou marcado na história dos vitorianos.

Desde logo, por ter sido o último jogo em que o clube seria orientado por José Maria Pedroto, que iria regressar ao FC Porto, depois de quase dois anos em que com a sua ciência e conhecimentos revolucionou e profissionalizou toda a estrutura do futebol vitoriano.

Mas, também, por, após uma década de setenta em que o clube à excepção do ano de 1974/75, fez do sexto lugar "a sua casa", voltava a conquistar uma classificação ao nível das já obtidas na década de 60, em que conseguira um terceiro posto (1968/69) e três quartos lugares (1960/61, 1962/63 e 1965/66).

Todavia, a alegria não era completa. Com alguma surpresa, o Braga, treinado por Quinito, havia batido o Benfica nas meia finais da Taça de Portugal, e atento a que na outra meia final, o Sporting, futuro campeão nacional, houvera logrado o apuramento para o Jamor, o quarto lugar tinha sabor amargo, a uma vitória dolorosa, sofrida, mas de Pirro!

Apesar disso, naquela última jornada, a alinhar com Jesus; Ramalho, Tozé, Murça, Gouveia; Nivaldo, Flávio, Gregório Freixo; Fonseca, Joaquim Rocha e Narciso, o Vitória deu um "espectáculo de luxo (...) a todos os seus associados perante um Setúbal que, longe de se entregar, tudo deu para contrariar o maior potencial atacante da equipa de Guimarães."

Um verdadeiro recital que foi encetado com um golo de Gregório Freixo logo no minuto inicial, para continuar na primeira parte com tentos de Joaquim Rocha, outro de Narciso e por fim um autogolo de Mota. Na segunda metade, Fonseca fecharia as contas. No final "os sócios gostaram e saíram satisfeitos", numa "magnífica despedida duma época que foi brilhante apesar da Europa, por mero infortúnio, ter ficado para uma próxima oportunidade."

Pedroto partia e o Vitória iria mudar...

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