COMO UM TAL DE SENHOR HUGUES TENTOU MINIMIZAR UM ÊXITO EUROPEU DO VITÓRIA!

Estávamos na temporada de 1970/71.

O Vitória, pela segunda vez, apurara-se para as competições europeias, depois do quinto posto da temporada anterior. Em sorte, calhara os gauleses do Angoulême, que, na primeira mão, foram trucidados em Guimarães por três bolas a zero, com um bis de Bernardo da Velha e um tento de Peres.

Tudo parecia encaminhado para uma tranquila segunda mão em França... que, contudo, não se confirmaria. A equipa gaulesa chegaria ao intervalo a vencer por duas bolas sem resposta, fazendo com que o conjunto liderado por Jorge Vieira e composto por Gomes; Costeado, Joaquim Jorge, Silva, Osvaldinho; Artur, Bernardo da Velha, Peres; Ademir, Mendes e Zezinho temesse seriamente pelo êxito na eliminatória perante uma equipa que, segundo a Bola, era uma equipa "com deficiências técnicas e joga um futebol sem nível, procurando encaminhar a bola o mais directamente possível para a balizar adversária. São vulgares as correrias e os centros para a grande área, na ideia de tirar partido de qualquer deslize, de qualquer fífia."

Contudo, o grande susto haveria de ser atenuado, aos 4 minutos da segunda parte "quando Ademir aproveitou um magnífico centro de Zezinho e bateu Kouba", ainda que "o Angouleme reagiu de pronto e aumentou a diferença, mercê de uma toada ciclónica."

O Vitória, ainda, haveria de permitir mais um golo, já reduzido a dez unidades após a expulsão de Artur, para passar uma eliminatória que levou a que "muitos adeptos portugueses invadiram o rectângulo, com os próprios franceses a não deixarem de reconhecer o merecimento da continuação do Vitória na grande prova europeia."

Todavia, nem todos pensavam assim... e aqui entra o homem cujo nomes figura no título desta história! Claude Hugues, treinador dos gauleses, deu azo a toda o fel que levava na alma pela eliminação, acusando desabridamente os jogadores vitorianos de terem adoptado um jogo demasiado duro: " O Vitória jogou mais futebol em Guimarães do que em Angouleme, onde os seus jogadores se demonstraram demasiado contundentes. Bem, se pode referir que em Portugal os vitorianos jogaram futebol e aqui mais se preocuparam em jogar à pancada!"  Uma desculpa à francesa, que, ainda arranjou tempo para minimizar os jogadores vitorianos, dizendo que "a mim, pareceram-me todos iguais."

O Vitória passava a eliminatória e ninguém podia fazer o que fosse quanto a isso...

Postagem Anterior Próxima Postagem