COMO UM REGRESSADO "CENOURA" FEZ ESQUECER UMA EXPULSÃO DESNECESSÁRIA...E DUAS LONGAS VIAGENS!

Estávamos no início da temporada de 1977/78...

O Vitória, orientado por Mário Wilson, depois de ter vencido em casa o Sporting de Espinho, graças a um autogolo e a um tento do brasileiro Mané, contratado ao Boavista, tinha de deslocar-se ao Algarve, para encontrar o Portimonense, num jogo que deveria ser disputado... em Faro, pelo estádio do Portimonense, na altura, estar a receber melhoramentos na relva.

Mas, mais do que isso, seria uma longa aventura para o Vitória chegar ao Algarve. Na verdade, fruto da greve dos aviadores, segundo o Jornal A Bola de 12 de Setembro de 1977, "a equipa de Mário Wilson teve de deitar pela porta fora tudo a que a tempo e horas, havia sido programado para a sua mais longa deslocação continental e teve de recorrer ao improviso." Assim, os Conquistadores tiveram de empreender duas verdadeiras epopeias para chegar ao Algarve e de lá voltar ao Berço pátrio. Com efeito, tiveram de viajar do Porto para Lisboa de comboio, para daí rumar a Faro de avião. O regresso esse iria ser realizado de modo diferente, com a comitiva a viajar até Lisboa de autocarro, aí pernoitando, para no dia a seguir de comboio se chegar ao Porto... uma verdadeira aventura que seria recompensada pelo génio de Romeu, "O Cenoura", como era conhecido.

Nesse dia, a alinhar com Melo; Ramalho, Celton, Soares, Alfredo; Ferreira da Costa, Abreu, Almiro; Romeu, Tito e Mané, o Vitória beneficiaria das extraordinárias capacidades de um esquerdino natural de Vila Praia de Âncora. Romeu, que depois de partir de Guimarães para o Benfica, onde actuara duas temporadas, regressara a Guimarães para "partir a louça"... em sentido lato do termo! Assim, logo aos 54 segundos, assistira Mané para este não perdoar, para aos 25 minutos voltar a repetir a "gracinha" colocando o brasileiro na cara do golo, que este não desperdiçaria.

Porém, no melhor pano cairá sempre a nódoa...e a genialidade, muitas vezes, andará de mãos dada com uma irreverência excessiva. Assim, com o Vitória a vencer por duas bolas a uma "a maneiras de menino agastado com uma entrada mais viril (que não roçou as portas da violência) de José Eduardo, o jogador "fez o gesto" nas barbas do árbitro. Atitude...infantil, que lhe valeu a expulsão", e a confissão do seu treinador, Mário Wilson, que fora bem expulso.

O Vitória, contudo, haveria de vencer por duas bolas a uma, com sofrimento e graças ao regressado génio de um homem que deixara o seu instinto vir ao de cima... mas que, ainda, hoje é recordado em Guimarães!

Postagem Anterior Próxima Postagem