COMO UM PAI MUDA O DESTINO DE UM FILHO E ATÉ A HISTÓRIA DE UM CLUBE...

Daniel Barreto será dos jogadores mais marcantes da história do Vitória.

Tendo chegado ao Vitória, com 16 anos, na época de 1953/54, não mais deixaria de ter papel importante no clube. Assim, desde os juniores aos seniores, onde foi capitão, a treinador adjunto, a treinador principal, a treinador dos veteranos Daniel foi um pouco de tudo no Vitória.... mas, acima de tudo, tornou-se num enorme vitoriano!

Porém, a história poderia ter sido diferente... não fosse o seu pai.

A história foi contada pelo pelo próprio em entrevista ao jornal A Bola de 05 de Novembro de 2009, na antecâmara de mais um Clássico do Minho.

Assim, Daniel, natural de Ponta da Barca, quando já dava nas vistas pelo clube da sua terra natal, recebeu um convite que não podia negar se queria tornar-se futebolista. O SC Braga desejava-o e chamara-o para treinar-se à experiência.

Porém, esse período de avaliação só haveria de durar uma semana, pois, como o próprio contou "já tinha entregue o meu BI para poder ser inscrito. O meu pai soube e foi o fim do mundo." Na verdade, sendo o senhor Barreto, progenitor do jovem, vitoriano dos sete costados, não poderia admitir ter um filho a actuar no maior rival do clube. Por isso, mal soube da notícia " a primeira coisa que fez foi dirigir-se à direcção do Sp. Braga para reaver o meu BI..." e leva-lo a Guimarães.

No Vitória, como jogador ficaria 20 anos, estreando-se com 17, pelo que "por isso, foi necessário uma autorização do ministro para efeitos de inscrição.” Entretanto, rapidamente se tornou vitoriano a ponto de sentir mais do que qualquer outro a rivalidade contra o vizinho minhoto: "Era sempre expulso contra eles! Provocavam-me, eu reagia...e rua! Um dia, o treinador chamou-me, colocou-me um adesivo nos dedos de uma das mãos e disse-me para olhar para a mão quando se metessem comigo. Foi remédio santo."

E, assim, também, se tornou num dos jogadores com mais jogos de Rei ao peito da história. Foram 212 de um homem que foi vitoriano até ao último dia da sua vida, em 11 de Novembro de 2018...por obra e graça do seu pai que não pretendeu que o seu filho transvergisse no caminho!

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