COMO UM DRAMÁTICO JOGO COM O BRAGA ACABOU EM APOTEOSE, COM O VITÓRIA A SALVAR-SE DO SUSTO DA DESCIDA E A DEIXAR NESSES APUROS O ETERNO RIVAL!

Estávamos na temporada de 1952/53.

O Vitória orientado por Sandor Peics não se conseguia encontrar naquele campeonato. Por isso, o treinador húngaro haveria de abandonar a equipa, sendo substituído pelo lendário Alberto Augusto, que não conseguiria ter o êxito da década anterior.

Por isso, pela primeira vez na sua história, os Conquistadores teriam de recorrer a um terceiro técnico na temporada, que seria Cândido Tavares que haveria de ficar famoso, também, pela instituição das Classes de Ginástica, num primeiro sinal do ecletismo vitoriano.

Porém, como dissemos essa temporada seria terrível, com a equipa até à décima quarta jornada das vinte e seis que compunham o campeonato a averbar, apenas, dois triunfos.

Por isso, à entrada para a derradeira jornada do campeonato, os Conquistadores estavam no penúltimo lugar da tabela, que era a posição que obrigava a jogar uma partida contra o segundo classificado da Segunda Divisão para se aferir quem na temporada seguinte iria actuar no escalão principal do futebol português; ou seja, o Vitória corria efectivos riscos de poder ser despromovido, ainda que entrasse para a derradeira e decisiva etapa do campeonato em igualdade pontual com duas equipas: o Atlético e o SC Braga.

Para tornar o cenário ainda mais melindroso, o facto do adversário dessa última jornada ser a equipa bracarense, eterna rival e, como já vimos, a precisar do desafio pelos mesmos motivos que o Vitória.

Assim, nesse dia 26 de Abril de 1953, a alinhar com Silva; Francisco Costa, Cesário; Silveira, Lourenço, Rebelo; Cerqueira, José da Costa, Lara, Caraça e Nuno, o Vitória presenteou os adeptos que enchiam a Amorosa com uma partida de nervos.... em que andou entre o céu e o inferno até à glória final.

Na verdade, depois de ir para o intervalo a perder e com um pé no temido jogo de permanência, os Conquistadores haveriam de dar a volta à contenda na segunda metade com golos de Silveira e de Caraça. Porém, o adversário haveria de igualar a partida para desespero das gentes vitorianas!

Seriam, pois, de nervos os derradeiros minutos da partida, com o Vitória em risco de ficar no indesejado penúltimo lugar da tabela e ter de jogar um play-off decisivo contra um adversário que seria o Torreense.

Até que num dos últimos lances da partida, Caraça vestiu a pele de herói...num remate forte e colocado bateu o guardião Cesário e levava ao delírio a Amorosa! O Vitória fugia aos últimos lugares, respirava de alívio e ... enviava o eterno rival para o play-off de despromoção! Depois de tanto sofrimento...o dia acabava em grande!

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